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Análise: Rain – Uma chuva incessante de problemas

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Pare por um instante e reflita: o que a chuva representa para você?

A maioria pensa em “limpeza” “renovação” e elementos relacionados ao recomeço. No entanto, no novo jogo exclusivo para PS3, a chuva representa um mundo em meio à escuridão, e a própria água acaba tornando-se um empecilho, onde a pureza parte apenas dos protagonistas, duas crianças perdidas em uma cidade onde a chuva é incessante e o perigo é sempre eminente, e muitas vezes invisível. Este é Rain.

Rain foi produzido pela Sony Japan, um dos braços mais criativos da Sony, que desenvolveu Patapon e Locoroco. E essa pegada criativa está presente em Rain, já que o jogo tem como proposta se parecer com jogos indies. Lançado no dia 1 de Outubro, com legendas em português, direto na PSN por U$ 14,99 Obamas, Rain tenta trazer a poesia para os vídeo games, mesmo que esta poesia não resulte em boas rimas no decorrer da experiência.

O ambiente de Rain é muito bonito, mas falta um certo tempero.

O jogo começa com uma bela arte desenhada onde um garoto percebe que uma forte chuva cai no mundo, o qual ele observa por sua janela. Ao se debruçar no parapeito, ele vê uma silhueta, algo que se assemelha a uma menina, aparentemente da mesma idade que ele. Ela acena demonstrando que o vê, e quando ele acha que é o garanhão das galáxias, aparece um “puta monstro”, que também só é visto por sua silhueta. Esse mostro então vai atrás da menina, e o garoto já se achando o príncipe, pula da janela se jogando na chuva e vai atrás dos dois.

Ao passar por uma porta, ele fica exatamente igual a ela, apenas um contorno transparente. Só é possível vê-lo se ele estiver na chuva, e ele também percebe que enquanto ela está em um local onde a chuva não chega, automaticamente a garotinha fica invisível, e o mesmo acontece com ele. A partir daí o game realmente começa, e de agora em diante tanto ela quanto ele fazem parte do mesmo universo, da mesma maldição.

“Visível” na chuva, você precisa correr para se esconder das criaturas do jogo.

O menino então parte em uma jornada para encontrar a garota, salvá-la do mal quase invisível e juntos, eles precisam encontrar um caminho de luz para libertar o mundo da chuva incessante que tanto prejudica aquele universo. E para isso o game te leva em uma aventura que mais se parece com um conto dividido em pequenas partes, onde os personagens não falam, mas o game tenta se comunicar com o jogador. Durante as passagens de câmeras, frases vão surgindo no cenário, e quando mudamos de câmera aparecem outras frases, o que resume na forma de narrativa adotada pelo game. Uma pena que nem tudo corre como deveria, já que em muitos momentos caso você mude a câmera muito rápido, a frase desaparece e você perde parte da história que estava sendo contada.

Em um jogo onde a ambientação é importante, e Rain se apoia nisso fortemente, os gráficos e a narrativa são elementos que andam juntos. E infelizmente esse jogo sofre com estes dois detalhes importantes. Primeiro porque apesar da chuva ser bela, e cair em todo o cenário, além do efeito de transparência nos personagens e inimigos ser interessante, você parece estar sempre no mesmo lugar. Ainda que cenários como um circo estejam no jogo, são limitados e poderiam ter sido melhor explorados. Além disso o gráfico é lavado, sem graça, com poucos detalhes, porém não é de todo ruim ao ponto de ser péssimo, mas é no mínimo bom se levarmos em consideração a chuva e seus efeitos.

Ok, você vê o circo nesta imagem, mas consegue achar o garoto?

Outro ponto importante, ainda mais em dias em que a captura de movimento se dá em praticamente todos os jogos, os movimentos dos personagens são duros e muitas vezes robóticos, mesmo que se assemelhem à crianças andando por aí. O único destaque vai para quando a garotinha está subindo em algo, onde o movimento dela se esforçando pra isso é ótimo, e quando você anda na chuva e o garoto parece se incomodar em estar molhado, colocando a mão no ar pra sentir a chuva caindo e olhando pro céu como que se pensasse: “pô, já deu né?”.

O som do game se limita ao barulho da chuva e poças quando você passa correndo por elas. As músicas são boas, mas passam facilmente despercebidas, com alguns momentos de maior destaque. No entanto, as poças e o som que elas transmitem tem ligação direta com a jogabilidade. Apesar de ficar invisível quando não está na chuva, se o garoto passa correndo em uma poça d’água os inimigos conseguem saber onde ele está por causa do som que ela faz, e normalmente é game over.

Os cenários tentam ser diversificados, mas não o suficiente.

A jogabilidade também não é das melhores. Como uma criança desarmada, a única coisa que você faz é andar ou correr, subir ou descer de locais, tentando usar a chuva ou a falta dela à seu favor. Rain possui um gameplay raso, e no entanto ao mesmo tempo em que é a falha mais grave, é também onde o game se destaca, pois andar sem ter o que fazer é terrível, mas se esconder, principalmente do inimigo a lá Nêmesis (Resident Evil 3) é altamente divertido, apesar de se limitar à correria.

Outro detalhe que irrita demais no jogo são os loadings. Em um game que não possui gráficos exorbitantes e nem cenários imensos, o loading é inadmissível. Praticamente na maior parte das vezes que a câmera muda, acontece um pequeno loading, muito parecido com o que acontecia em Resident Evil 1. A câmera é idêntica às usadas em Resident Evil, e isso é bom na maior parte do tempo, mas realmente faltou um certo cuidado e polimento.

E agora, consegue ver o monstro fã do Nêmesis?

Aí você me pergunta: “portanto, onde mora a motivação para jogar Rain?”. A motivação parte da vontade de conhecer novas e boas ideias, e Rain possui muitas delas, acontece que o problema está na execução das mesmas. O game se propõe a ser algo próximo de um clássico, porém alcança em todos os momentos algo passável e no máximo convincente. Há uma imersão boa em certos momentos, até que o jogo o deixa sozinho em meio a chuva e ao cenário, com poucos inimigos e poucos perigos, tendo sempre que chegar do ponto A ao B, e então você acaba perdendo a imersão.

Recomendo Rain caso você realmente queira algo novo e diferente para jogar, fugir dos FPS’s, pegar um game com alma indie feito por uma empresa grande, obter uma experiência onde você não tem nenhuma arma a não ser sua inteligência e suas pernas para correr dos inimigos. É uma pena o resultado não ter sido tão bom quanto a ideia, pois Rain tinha grande potencial. Mas nada impede que a chuva volte a cair, com uma ideia ainda melhor, com o mesmo conceito, e uma diversão maior que a que temos agora.

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Ariel Souza

Já inventaram o PS4, o Xbox One, portáteis com jogos de console e até celular com capacidade de PC. E ainda tem gente me enviando solicitação de jogos no Facebook.

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