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Análise: The Technomancer é ambicioso, mas não cumpre o que prometia

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Uma jornada que poderia ser muito melhor

The Technomancer é o mais recente trabalho do Spiders Studio, o mesmo que criou Bound by Flame, um jogo que não foi muito bem com a crítica. No entanto, mais uma vez em parceria com a Focus Enterteinment, o estúdio conseguiu criar um hype tremendo em torno de seu novo título com um personagem principal com cara de poderoso, usando a eletricidade como fonte de energia e poder.

Podemos encaixar Technomancer num estilo de RPG Sci-Fi, mas o que ele poderia trazer de tão diferente ao ponto de se destacar entre The Witcher, Dragon Age e tantos jogos de RPGs de ponta? É uma pergunta difícil, que a equipe do Spiders Studios deve ter se feito por inúmeras vezes e na dúvida, pelo visto, eles decidiram partir pelo caminho menos perigoso: o comum.

Humanos em Marte

The Technomancer se passa em Marte logo após o planeta ter sido colonizado pelos humanos e como podemos ver já hoje em dia na Terra, onde há humanos também há devastação. Marte está devastado, falta água e os seres humanos se veem em uma situação complicada. Na pele de Zach, o jogador assiste e joga a jornada do personagem se tornando um Technomancer, aprendendo os segredos desse tipo de soldado a favor dos humanos e até onde o poder pode o levar.

O jogo é baseado em escolhas, com muitos diálogos num formato parecido com os RPGs da Bioware, uma das fontes de inspirações de The Technomancer. Porém, como a apresentação do jogo é bem superficial e não há muitas explicações que convençam o jogador a abraçar a história apresentada, o que são os Technomancers e o que causou neles os poderes elétricos divertidões que eles possuem, o maior conceito do jogo vai se tornando segundo plano.

Um jogo que poderia rodar no PS3/Xbox 360

Junto com a apresentação devagar, outro elemento importante para um jogo do gênero é deixado de lado quando você percebe o quanto o estúdio apostou nesse game e no final das contas a paixão foi maior, muito maior que o orçamento. Os gráficos de The Technomancer não são só ruins, são antiquados e com cara de games da primeira ou segunda geração da Unreal Engine 3. Algumas texturas mais lavadas, personagens bem apáticos e um movimento labial pífio começam a irritar após alguns minutos de jogo. Tudo corrobora para que o jogador se sinta em meio a uma produção que tenta ser um triplo AAA, mas sem grana pra tal, fizeram The Technomancer com o que deu. As dublagens, todas em inglês e sem legenda em português, são sem vida e forçadas. A trilha sonora beira o ok.

Tá certo que o Spiders Studios não é uma equipe top de linha e cheia de dinheiro pra investir em seu projeto, e comparar seu novo jogo com The Witcher 3 ou Dragon Age pode soar estranho e injusto, mas com o tamanho do marketing realizado em torno do game, se esperava mais dessa parte técnica. O pior é que se vê em alguns momentos uma certa pressa nas cenas, como cortes repentinos e falta de animação, com personagens com jeitão de que estão sempre pra baixo. Quase que como um planeta das pessoas depressivas com uma animação dura e sem expressão.

Sistema de batalha e evolução

Como todo RPG que se prese, The Technomancer precisa ter 3 pilares pra manter um amante deste gênero ligado no game: Os combates, o sistema de crafting e o sistema de evolução. Cada um destes sistemas se comporta de uma maneira diferente, onde o mais passável deles é o de crafting, que eu mal usei durante a jornada no game. Você pode construir alguns materiais, mas nada é muito intuitivo e geralmente o que você precisa encontrará no jogo.

O sistema de batalha poderia ser melhor, se não fossem alguns slowdowns, a câmera ruim e a inteligência artificial dos inimigos, que muitas vezes perdem as batalhas por serem estúpidos. Alguns deles não se movem com eficiência, ou quando estão com uma arma, o que possibilita atacar a distância, acabam chegando perto de nós para começar a atacar, virando presa fácil. Os chefes são interessantes, muitos com visual legais, mas na maioria das vezes possuem um padrão a ser seguido que é de fácil percepção.

O jogo ainda traz um sistema de ataque em stealth, que muito me chamou a atenção logo que comecei a jogar. Porém, o efeito que ele traz na jogabilidade é irrisório, às vezes cômico – se não fosse trágico. Você vai, devagar andando pelo cenário pra pegar um inimigo de costas e quando chega nele, Zach dá uma de Zacarias dos Trapalhões e dá um choque na nuca do inimigo, porém o cara não cai, não desacorda, não faz nada que possa colaborar pra que você continue em stealth. É praticamente o anúncio de que você está em determinado lugar do cenário e o chamariz pra que os inimigos te ataquem.

Você joga controlando um personagem, mas sempre estará acompanhado por mais algum, num sistema de companhia que funciona muito bem, com a possibilidade de melhoras em cada personagem. Cada um deles tem alguma história própria, forma de agir e será importante que saiba escolher seus amigos na hora de sair pras batalhas.

O sistema de evolução é bom, com muitas escolhas também e com diversas formas de evoluir. Como um Technomancer possui diversas formas de atacar, essa distribuição de pontos de habilidades precisa ser feita com muita estratégia, pra que você não evolua algo que não vai usar. A dica é: evolua os poderes elétricos do Technomancer, pois todos os tipos de ataques podem ser influenciados por ele.

Conteúdo de sobra

Com umas 40 horas de jogo, você ainda poderá realizar uma porrada de missões paralelas, sempre com muitas escolhas a se fazer. Cada escolha reflete realmente no que vai ocorrer e quem tiver paciência poderá jogar muitas vezes pra ver o que cada uma traz de diferente na história e nas missões. O problema aqui é o mapa, mal planejado e que te faz andar por entre menus pra chegar até ele, perdendo um tempo legal.

Mesmo assim, pra quem gosta de RPG ocidental neste formato, The Technomancer pode trazer muitas horas de diversão pelo seu mundo vasto, cheio de missões, baús, inimigos que surgem do nada e becos, mesmo que às vezes você derrote os inimigos que pareciam proteger algo e perceba que eles estavam ali por estar, e que na verdade nada guardavam. É uma loteria, às vezes você consegue algo legal derrotando inimigos pelo caminho, como as vezes o jogo parece ter colocado eles ali de maneira aleatória.

O melhor jogo dos últimos tempos de cinco anos atrás

The Technomancer é ambicioso, o Spiders Studios mostrou-se uma equipe apaixonada, mas tá na cara que faltou grana pra melhorar o jogo e muito foi gasto no marketing, que conseguiu convencer muita gente que o game seria um Triplo A. No final das contas temos um game com bons elementos de RPG, mas que não tem estrutura pra segurar o jogador por muito tempo. Somente os mais apaixonados pelo gênero, que não possuem mais nada pra jogar conseguirão gostar realmente de The Technomancer. É a velha história de uma ótima ideia, mal executada e que resultou num jogo feio, com falta de polimento, que não deveria ser comercializado pelo preço “normal” de tabela.

Pela sua qualidade geral, The Technomancer não merece sua atenção neste momento, apenas se você está muito curioso com o que o jogo prometeu e não aguenta esperar por uma promoção. Mas já aviso: pagar mais de R$ 200 em um título com esta qualidade pode te fazer jogá-lo pelo custo e não pela diversão. Se fosse lançado cinco anos atrás, The Technomancer seria um grande jogo, mas hoje em dia temos tantas ofertas de jogos semelhantes e melhores que fica difícil recomendá-lo. Infelizmente, por todo o amor que o Spiders Studios tenha demonstrado pelo projeto, eles ainda precisam de algum tipo de investidor pra melhorar sua forma de produzir um game tão grande e não repetir a atrocidade que foi Bound By Flame e o agora mediano The Technomancer.

Uma pena.


Gameplay comentado

Trailer de lançamento

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Ariel Souza

Já inventaram o PS4, o Xbox One, portáteis com jogos de console e até celular com capacidade de PC. E ainda tem gente me enviando solicitação de jogos no Facebook.

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