Westworld: Episódio 4 – Pensamento é sinônimo de liberdade

[ALERTA DE SPOILERS] – Os três primeiros episódios vem pavimentando ideias e conceitos que provavelmente serão o centro da narrativa de Westworld.

Confira aqui as críticas do Episódio 1, Episódio 2 e Episódio 3

Pensar é ser livre?

Uma das ideias que mais estamos vendo ser construídas em Westworld é o “defeito” que está acontecendo com os anfitriões, o qual está gerando um comportamento diferente e imprevisível. Nesse caso, os androides estão tendo uma espécie de pensamento próprio, o que foge da diretriz de sua criação, que é seguir rigorosamente um roteiro programado. Isso está causando um desconforto muito grande nos funcionários que promovem o parque temático Westworld, principalmente os que lidam diretamente com os robôs.

Algo que vem nos chamando bastante a atenção é a relação cada vez mais íntima entre Bernard (Jeffrey Wright) e Dolores (Evan Rachel Wood). Bernard parece ora querer estimular esse “pensamento” na androide, ora fica impressionado com a capacidade de discernimento de Dolores em compreender o ambiente em que está inserida.

Uma das anfitriãs que teve um papel crucial nesse quesito da série é a cafetina Maeve (Thandie Newton), personagem que está em evidência por ter um comportamento estranho, mas que a cada episódio vem ganhando certeza de que algo não está certo, deixando claro para nós espectadores, quando desenha o funcionário da empresa. Nesse episódio, ao lidar com os bandidos liderados pelo nosso querido Hector (Rodrigo Santoro), a garota desconfia que a bala que tomou num episódio passado ainda estaria lá e, vejam só, ela estava certa, despertando curiosidade também em Hector – e agora?

O Labirinto

Talvez o mistério mais confuso da série é o tal do labirinto. Ele é citado em muitas falas dos personagens, mas ainda não temos como saber exatamente o propósito da existência desse local. Nos outros episódios, parecia bem um devaneio do personagem de Ed Harris, porém, o mesmo personagem pode ter nos dado um vislumbre do motivo disso existir. No episódio passado, o criador do parque, Robert Ford (Anthony Hopkins), citou um parceiro até então desconhecido, Arnold, que foi responsável pela ousadia de transformar os anfitriões em máquinas mais perfeitamente humanas possíveis. Ford também revela que seu ex parceiro morreu no parque, mas não discutiu profundamente essa informação. Então, eis que o Cavaleiro Negro (Ed Harris) citou também Arnold, evidenciando que no labirinto, estaria respostas para alguma descoberta misteriosa do falecido ex-criador do parque.

Realmente não podemos concluir ainda o significado desse elemento, mas acredito que irá nos mostrar algo relacionado com a morte de Arnold, motivos e causas, bem como desvendar comportamentos diferenciados dos androides.

A criação de folclores

Algo super interessante e super curioso no comportamento dos androides é o “folclore” que vem sendo trabalhado pelos anfitriões, algo que, provavelmente, está fugindo do controle dos funcionários do parque. Isso ficou claro quando no episódio passado, vimos imagens e peças criadas por um dos robôs referenciando estrelas e constelações. Nesse capítulo, vimos que até o bandidão da parada, Hector, tem uma concepção do folclore criado sobre o homem que caminha entre mundos, referenciando o personagem que Maeve desenhou e que está instalado na cabeça de alguns personagens – o funcionário que trata dos robôs. Acredito que isso será frequente, pois com cada anfitrião que relembra de histórias passadas, ou acontecimentos incomuns em seus programas, poderão gerar outras passagens como essa.

Esse tipo de vida, histórias paralelas e diálogos existenciais, são alguns dos elementos mais admiráveis que podemos encontrar nessa série. Intrigas, mistérios, narrativas bizarras e desconfianças entre humanos e robôs, podem tornar Westworld muito mais interessante do que realmente está.