O Ex-Ditador militar panamenho, Manuel Noriega, já lutou com o governo dos Estados Unidos, porém ele está próximo de enfrentar o seu maior desafio: Os advogados de uma desenvolvedora de jogos.
Isso porque Noriega processou a Activision por ter explorado a sua imagem sem o seu consentimento. O ex-general registrou uma reclamação dizendo que a desenvolvedora o usou em Call of Duty: Black Ops 2 para aumentar os lucros e os royalties às suas custas. Quem relata o ocorrido é a Courthouse News.
Noriega também está processando a Activision por danos à sua imagem, já que o jogo o usa de uma maneira negativa. É de conhecimento de todos que Call of Duty aproveita fatos e pessoas históricas para aumentar a qualidade da narrativa, mas em toda a história da empresa, Noriega é o primeiro a processá-los por causa disso.
Veja a “participação” de Noriega em Call of Duty: Black Ops 2
http://youtu.be/587DqOe34F0
“A Activision usou a imagem e semelhança de Noriega, causando danos ao autor“, diz a queixa do ex-ditador para o Tribunal Superior da Califórnia. “O autor foi retratado como um antagonista e como o culpado de vários crimes hediondos ficcionais, criando a falsa impressão de que os réus são autorizados a usar a imagem do autor e sua semelhança. Esta ação fez com que os réus obtivessem lucros que não teriam recebidos de outra forma”.
Tá bom Noriega, Call of Duty é um sucesso por sua causa. Sei…
Obviamente, Call of Duty: Black Ops 2 teria vendido a mesma quantidade de cópias mesmo sem Noriega em seu elenco. O jogo é um sucesso tão grande que com certeza algum amigo do ex-general o comprou, senão esse processo nem existiria.
Quanto aos “crimes hediondos de ficção“, Noriega diz que a Activision o mostra como um “sequestrador, assassino e inimigo de Estado“. Ele deve ter ficado ainda mais nervoso ao ver que uma das missões do jogo consiste em capturá-lo.
Na vida real, Noriega é um criminoso condenado nos Estados Unidos e na França. De 1950 até 1980, ele trabalhou com a Central de Inteligência dos Estados Unidos. Em 1983, ele usou forças militares para tomar o poder do Panamá e liderou o país desta maneira até 1989. Neste ano, o exército americano invadiu o país para derrubá-lo. Uma das táticas do exército americano era deixar tocando um Rock absurdamente pesado com um som muito alto próximo do esconderijo de Noriega, até que ele se rendesse.

Em 1992, Noriega enfrentou o tribunal em Miami. O júri o condenou por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e extorsão. Ele pegou 40 anos de prisão que foram reduzidos para 30, posteriormente. Em 2007, o governo americano o extraditou para a França, onde ele pegou mais 7 anos de sentença por tráfego de drogas e lavagem de dinheiro.
Falando à BBC, o Advogado Jas Purewal, disse que Noriega está baseando seu caso nos direitos legais que normalmente só se aplicam aos cidadãos norte-americanos.
“Noriega não é um cidadão dos EUA ou mesmo um residente”, disse Purewal. “Isso significa que sua reivindicação legal torna-se questionável, pois não está claro em que base legal que ele pode realmente fazer um processo desta maneira contra a Activision“.
Para completar, Noriega está completando 20 anos de reclusão no Panamá, por violações dos direitos humanos. O cara praticamente passou mais da metade de sua vida respondendo por crimes que cometeu, aí vem um jogo e o transforma em um personagem com grande destaque na história e ele reclama? O que mais ele pode querer não é?
O que você achou dessa história toda, que mais parece um DLC de Call of Duty: Black Ops 2? Comente!
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