

Sou um grande fã da Capcom, gosto muito de todos os jogos que a empresa produz, especialmente Street Fighter V. Mas é inegável até para mim, que há um estigma negativo sobre o jogo desde o seu lançamento e a culpa disso vem da própria Capcom. E nem digo isso por conta da reclamação da falta de conteúdo offline do jogo, já que SFV brilha realmente é no modo online, é um jogo que foi concebido pensando neste cenário competitivo, mas justamente aí é onde o game se mostrou inacabado por mais de um ano e somente com o último update lançado pela Capcom que as coisas se tornaram realmente boas.
No entanto, devemos fazer justiça. Hoje, lendo um artigo no site EventHubs, me deparo com uma matéria que perguntava se o “estigma negativo de SFV está arruinando Marvel vs Capcom Infinite“, antes mesmo do jogo ser lançado e devemos levantar alguns pontos para entender o motivo de haver tanta gente chateada com a Capcom e com os rumos que a empresa vem dando aos seus jogos de luta, a medida que novos concorrentes, como Dragon Ball FighterZ, nascem no horizonte. Será que realmente toda a raiva ao redor de Marvel Vs Capcom Infinite é válida?
O Passado não Ajuda


Se pegarmos exemplos do passado como as oitocentas versões de Street Fighter IV e o famoso DLC de Street Fighter X Tekken que já estava no disco do jogo, podemos ter uma ideia do quanto a Capcom pode não ter pensado tanto assim em seus consumidores. Street Fighter V seria o recomeço, uma nova era, mas tanto os jogadores hardcore quanto os casuais não parecem contentes com o que viram até agora, apesar de que quem joga, assim como eu, gostam bastante do game.
Para os jogadores casuais, o jogo veio com poucos personagens e a falta de modos importantes, como o Arcade mode. Mesmo com tanta coisa faltando, SFV custava os habituais $60 dólares e muita gente não gostou disso, tornando as vendas do título muito baixas. Enquanto isso, o cenário de eSports que, talvez seja onde a Capcom focou todos os seus esforços, mostra até hoje muitos jogadores profissionais clássicos reclamando de tudo que acontece no jogo, desde o lançamento até suas atualizações. Detalhes como o input lag, sistema de combos mais simples, ritmo de jogo. No geral, parece que a comunidade demonstra mais insatisfação do que satisfação com o game de luta mais ambicioso que a Capcom já produziu.
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As coisas não andam boas para o lado de Street Fighter V, tanto é que há rumores que dizem que mesmo negando no passado que faria isso, a Capcom vem pensando em uma versão chamada Super Street Fighter V, que poderia tirar toda a negatividade sobre o jogo. Mas até onde tudo isso pode afetar Marvel vs Capcom Infinite, um game que ainda não foi lançado e já sofre com tantas coisas negativas como Street Fighter V?
Que fenômeno negativo é esse?


Infelizmente, parece que a comunidade está realmente triste com a Capcom e demonstra seu descontentamento desde o lançamento da primeira demo do crossover, que chegou aos consoles durante a E3 deste ano. Apesar do jogo ter lançamento marcado somente para o dia 19 de setembro deste ano, muitas pessoas já formaram suas opiniões baseados no atual estado do game, que ainda deve passar por mudanças até o lançamento. As reclamações passam pela direção de arte, a falta dos X-Men e outros personagens que seriam mais importantes do que muitos que foram apresentados até agora, a jogabilidade da demonstração da história que é bem mais lenta que UMVC3, apenas para citar algumas destas reclamações.
Infelizmente a demonstração da história, que poderia ter servido para mostrar que o jogo está realmente indo para um lado bacana como falamos aqui em abril ao jogarmos uma build que trazia o modo versus, acabou servindo para jogar mais lenha na fogueira, já que as lutas da demonstração do modo história não são lá muito boas mesmo. Ao mesmo tempo, muitos fãs da franquia da Capcom e Marvel começaram a mostrar apoio ao novo jogo da Bandai Namco, que segue uma linha semelhante de jogabilidade e que pode roubar uma parte da audiência. Dragon Ball FighterZ parece fazer o que os fãs esperavam de Marvel vs Capcom Infinite, mesmo que o game com os guerreiros Z só chegue no ano que vem.
A culpa está no marketing e na demo da história


Antes do lançamento de um produto, nós como consumidores podemos julgar a qualidade de algo de forma prévia, conforme tudo que é divulgado para a imprensa e por possíveis demonstrações. Quem jogou somente esta demo da história está decepcionado com o jogo e com razão, mas quem jogou qualquer build com a opção de multiplayer local, como mencionamos acima e nós podemos dizer com propriedade, sabe que Marvel Vs Capcom Infinite promete ser um grande jogo. Isso não muda o fato de que o lado artístico não está como gostaríamos e que faltam personagens melhores, mas ao pegar o jogo e batalhar contra pessoas que sabem o que estão fazendo – ao invés da IA capenga da demo – e explorar as possibilidades da jogabilidade mais lenta, facilmente Marvel vs Capcom Infinite cai no gosto do jogador.
Devemos ter em mente também que a Marvel está junto com a Capcom no desenvolvimento deste game e a empresa vem demonstrando cuidado e apreço por suas franquias e personagens com uma mudança de postura, que sem dúvida alguma, foi responsável pelo nascimento de Infinite após tantos anos sem um novo Marvel vs Capcom. As reclamações são benéficas para a Capcom se ligar no que está fazendo e repensar suas estratégias, mas podemos dizer que Marvel vs Capcom Infinite não é essa bomba negativa que está se tornando, mas caberá agora à Capcom se movimentar para tirar esse estigma da cabeça dos jogadores, que por sua vez são consumidores e ditarão o ritmo do sucesso ou do fracasso do game.
O que precisa ser feito?


A Capcom e a Marvel precisam esquecer os planos para o futuro de Marvel vs Capcom Infinite e focar no presente. O impacto positivo do anúncio do jogo é algo do passado e agora deve-se pensar na negatividade que está em torno do game hoje e tentar apagar tudo isso com algo que os fãs queiram. Mudar o design de alguns personagens, como a Chun-Li e trazer os X-Men e outros personagens icônicos como Sagat ou Sakura, que são muito adorados pelos fãs, para o primeiro plantel de personagens pode ser uma grande saída. Dragon Ball FighterZ mostra com pouco tempo de vida que os personagens são importantes e devem estar de acordo com o que a audiência espera, senão os fãs vão ignorar facilmente o lançamento do game.
Outra grande mudança que a Capcom precisa fazer é a maneira com a qual se comunica com os fãs. Aqui no Brasil nós temos dois grandes profissionais que são responsáveis por transmitir as ideias da empresa para imprensa e os fãs, tratam-se do Fábio Santana e o Dennys Michelassi, que conseguiram nos mostrar o que havia de bom com Marvel vs Capcom Infinite em uma tarde de muitos contras com a build do jogo que tinha o modo versus. Mas no geral, falando da relação da Capcom com o mundo dos games, falta algo que faça a comunidade acreditar que a empresa pode mudar o que há de errado com o jogo até o lançamento, e assim os jogadores possam abraçar o game com amor e anseio. Afinal, Marvel vs Capcom não é uma franquia importante do cenário de games de luta à toa, mas sim porque os primeiros jogos do encontro dos lutadores da Marvel e Capcom foram criados com muitas boas ideias que chamaram a atenção do público e criaram um estilo de jogo muito próprio. Se a Capcom melhorar a comunicação e ouvir um pouco mais seus fãs, é impossível franquias tão grandes como Street Fighter ou Marvel vs Capcom darem errado.
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