O Ex-Ditador militar panamenho, Manuel Noriega, já lutou com o governo dos Estados Unidos, porém ele está próximo de enfrentar o seu maior desafio: Os advogados de uma desenvolvedora de jogos.
Isso porque Noriega processou a Activision por ter explorado a sua imagem sem o seu consentimento. O ex-general registrou uma reclamação dizendo que a desenvolvedora o usou em Call of Duty: Black Ops 2 para aumentar os lucros e os royalties às suas custas. Quem relata o ocorrido é a Courthouse News.
Noriega também está processando a Activision por danos à sua imagem, já que o jogo o usa de uma maneira negativa. É de conhecimento de todos que Call of Duty aproveita fatos e pessoas históricas para aumentar a qualidade da narrativa, mas em toda a história da empresa, Noriega é o primeiro a processá-los por causa disso.
Veja a “participação” de Noriega em Call of Duty: Black Ops 2
“A Activision usou a imagem e semelhança de Noriega, causando danos ao autor“, diz a queixa do ex-ditador para o Tribunal Superior da Califórnia. “O autor foi retratado como um antagonista e como o culpado de vários crimes hediondos ficcionais, criando a falsa impressão de que os réus são autorizados a usar a imagem do autor e sua semelhança. Esta ação fez com que os réus obtivessem lucros que não teriam recebidos de outra forma”.
Tá bom Noriega, Call of Duty é um sucesso por sua causa. Sei…
Obviamente, Call of Duty: Black Ops 2 teria vendido a mesma quantidade de cópias mesmo sem Noriega em seu elenco. O jogo é um sucesso tão grande que com certeza algum amigo do ex-general o comprou, senão esse processo nem existiria.
Quanto aos “crimes hediondos de ficção“, Noriega diz que a Activision o mostra como um “sequestrador, assassino e inimigo de Estado“. Ele deve ter ficado ainda mais nervoso ao ver que uma das missões do jogo consiste em capturá-lo.
Na vida real, Noriega é um criminoso condenado nos Estados Unidos e na França. De 1950 até 1980, ele trabalhou com a Central de Inteligência dos Estados Unidos. Em 1983, ele usou forças militares para tomar o poder do Panamá e liderou o país desta maneira até 1989. Neste ano, o exército americano invadiu o país para derrubá-lo. Uma das táticas do exército americano era deixar tocando um Rock absurdamente pesado com um som muito alto próximo do esconderijo de Noriega, até que ele se rendesse.
Este é Noriega, responsável pelo grande sucesso de Call of Duty. #SQN
Em 1992, Noriega enfrentou o tribunal em Miami. O júri o condenou por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e extorsão. Ele pegou 40 anos de prisão que foram reduzidos para 30, posteriormente. Em 2007, o governo americano o extraditou para a França, onde ele pegou mais 7 anos de sentença por tráfego de drogas e lavagem de dinheiro.
Falando à BBC, o Advogado Jas Purewal, disse que Noriega está baseando seu caso nos direitos legais que normalmente só se aplicam aos cidadãos norte-americanos.
“Noriega não é um cidadão dos EUA ou mesmo um residente”, disse Purewal. “Isso significa que sua reivindicação legal torna-se questionável, pois não está claro em que base legal que ele pode realmente fazer um processo desta maneira contra a Activision“.
Para completar, Noriega está completando 20 anos de reclusão no Panamá, por violações dos direitos humanos. O cara praticamente passou mais da metade de sua vida respondendo por crimes que cometeu, aí vem um jogo e o transforma em um personagem com grande destaque na história e ele reclama? O que mais ele pode querer não é?
O que você achou dessa história toda, que mais parece um DLCde Call of Duty: Black Ops 2? Comente!
Já inventaram o PS4, o Xbox One, portáteis com jogos de console e até celular com capacidade de PC. E ainda tem gente me enviando solicitação de jogos no Facebook.