

Devo admitir que fiquei meio relutante ao encarar Trials of the Blood Dragon, a começar pelo fato de que o game realmente é uma sequência direta de Far Cry: Blood Dragon, mas dentro do universo de Trials – onde eu sempre fui um desastre – porém ao encarar essa jornada fui de certa forma surpreendido, tanto por coisas boas quanto por aspectos ruins.
“Morte aos comunas!”


Começando pela história do game, Trials of the Blood Dragon coloca o jogador no papel dos filhos de Rex Colt (protagonista do primeiro Blood Dragon). Slayter e Roxanne Colt são os protagonistas da vez, que após perderem seu pai e sua mãe, se juntam ao exército americano para continuar o legado dos mesmos em sua luta contra os “comunas” do Vietnã. Até ai nada de mais, a história faz sentido e retoma a aventura de onde parou o primeiro game certo? Errado.
O formato da história de Trials of the Blood Dragon puxa um pouco mais pro lado cômico do que a versão de Far Cry, então não tente ligar os pontos – ainda mais quando aparecem os comerciais de TV totalmente aleatórios em meio as cutscenes. De modo geral, a história se sai bem, e ao meu ver renderia até mesmo um cartoon no Adult Swin, principalmente pelo teor “ácido” das animações apresentadas – o que é um ótimo ponto para a franquia que nunca havia apresentado nada do gênero – mas ainda sim, a campanha poderia ter sido melhor trabalhada. Justamente pelo fato de tudo acontecer “muito rápido” o jogador pode ficar pasmo ao terminar a campanha (super curta) do game.
Desliguem seus motores


Agora vamos falar sobre a mecânica do jogo. Em resumo, a jogabilidade deixa a desejar em diversos aspectos. Ah Guru, não é mais do mesmo? Como que deixa a desejar? Então meu caro, é mais do mesmo, porém a física com relação as propriedades do cenário pode dificultar (e muito) tanto saltos, quanto aceleradas, quanto várias outras coisas.
Trials of the Blood Dragon é o primeiro game na franquia a adicionar algumas mudanças, como por exemplo níveis em que realmente o personagem sai da moto e começa toda uma “aventura” ao estilo Plataforma. Infelizmente, esse é outro ponto que deixa a desejar do game. Por mais que a ideia dos níveis de plataforma seja boa, ainda sim foi um tanto quanto mal executada. Tudo se trata de “chega em um ponto, ativa isso, foge” e é assim repetitivamente, o que pode ser monótono em alguns momentos. Além das partes em plataforma, o game também traz consigo uma certa variedade de “veículos” a serem utilizados, inclusive Jetpacks em missões específicas, só que novamente, a jogabilidade fora das motos é problemática.
Houve uma dessas missões, onde o protagonista carrega uma bomba utilizando o jetpack, em que eu “cai” 46 vezes por problemas com relação a mecânica do jato da mochila. Realmente foi frustrante – mas no fim eu consegui e deu tudo certo.
Dos criadores do LSD


O cenário do game é um dos pontos mais fortes, seguindo a mesma linha de tonalidade focada no neon e na cor roxa, dando a impressão de que o jogador está em um clipe do Kill the Noise (mas sem os zumbis). Por mais que ajam poucos pontos de interação, ainda sim tudo é muito dinâmico, e o jogador sente isso ao ver helicópteros voando e explodindo no meio do cenário, pontes caindo, mísseis sendo arremessados e por ai vai. É realmente um deleite visual. Quanto aos gráficos do game, não há muito o que dizer, a não ser é claro que novamente os cenários do modo plataforma, são bem menos detalhados do que os apresentados nas corridas, deixando evidente a falta de qualidade entre um e outro.
Trials of the Blood Dragon é de fato um game divertido, disso não há dúvidas, porém não deve ser levado a sério como um “jogo completo” por exemplo. Existem momentos onde o jogador pensará “P**** que f***” e existem momentos onde ele vai se perguntar “Por que c****** eu to jogando isso?” é muito relativo a experiência que se pode adquirir com o game, ainda mais dado o fato de que tudo gira em torno das missões da campanha (sim, é só isso mesmo).


No geral, é algo que vale a pena adquirir se você curtiu Blood Dragon e quer saber como continua a história por você mesmo, mas se Trials não for o tipo de game que você curte, ou se você está procurando por algo um pouco mais “profundo”, infelizmente esse jogo não é pra você meu jovem gazebo. Agora nos resta aguardar para onde a franquia nos levará em uma possível sequência – sim, existe uma deixa para outro game no fim da campanha.
O jogo já está disponível para Xbox One, PS4 e PC.
Trailer