ATENÇÃO: Esta crítica pode conter alguns spoilers sobre o episódio Crocodile
Sabe aquele episódio do seriado que você adora e acaba te decepcionando por algo fútil? Que é composto por um roteiro extremamente simples e mal trabalhado? Crocodile é o nome deste episódio. Um dos pontos baixos da nova temporada de Black Mirror. Faz com que todos se sintam desconfortáveis pelo que assiste de forma desnecessária.
Não entendeu? Vem comigo, que te conto em detalhes o que achei na crítica abaixo:
Tão previsível…


Uma das grandes e principais decepções do terceiro episódio está no roteiro. De início, chega até ser interessante a ponto de prender o telespectador. Minha curiosidade ficou por conta do que o episódio mostraria em relação à tecnologia. Demora um pouco para que a tão “bizarra” e ameaçadora tecnologia apareça, mas depois que ela surge, tudo fica previsível e consequentemente começa a perder qualidade de narrativa.
Tudo o que vemos adiante é a inspetora de seguro de vida Kiran Sonia Sawar, visitando todos os cúmplices de um acidente de atropelamento, envolvendo um carro de entregas de pizza autônomo. Em paralelo, Mia tentar esconder seu obscuro passado, eliminando as testemunhas e elaborando planos para ofuscar sua identidade em meio a gigante tragédia. Quando acontece, finalmente, o esperado encontro entre Kiran e Mia, o episódio parece desandar a um ponto sem limites. Sem reviravoltas, nem questões em aberto, tudo é exposto sem qualquer trabalho, o que descaracteriza o episódio do “padrão Black Mirror”.
Focando na violência e não na tecnologia


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Violência é uma das características da série, mas não como ponto principal de um episódio. Em Crocodile, isso é o foco do início ao fim. Posso afirmar que é justificável até o encontro da Kiran e Mia. Após esse ponto do roteiro, tudo parece se centralizar apenas em violência de alto nível, inclusive a chocante cena de Mia com a família da Kiran. Um episódio um tanto desconfortável de se assistir, e que você logo percebe que tudo está focado em humanos, e não na tecnologia.
Black Mirror já trouxe histórias envolvendo investigações com bom roteiro e sem perder a essência e foco da antologia. Como exemplo, cito o episódio “Odiados pela Nação” (S03E06), um dos maiores capítulos da série com 89 minutos de duração. Tudo foi bem explicado, explorado e executado, não precisando focar em violência a todo momento e trazendo uma história que possa te chocar com uma conclusão de qualidade.
Crocodile não soube desenvolver um roteiro que seguisse os planos da série além de não focar em tecnologia, mas sim em conflitos humanos e psicológicos acompanhado de muita violência. O que resulta em um episódio que deixa a desejar por completo, se tornando totalmente ignorável.
Você pode conferir nossa crítica completa do segundo episódio da 4º temporada de Black Mirror, clicando aqui.