A companhia continua irritando suas comunidades
Durante a abertura da BlizzCon 2019, o presidente da Blizzard lamentou forma como abordaram a situação em torno de Chung “Blitzchung” Ng Wai – jogador de Hearthstone que se manifestou em defesa dos protestantes em Hong Kong, numa transmissão ao vivo, mas não confirmou uma redução ou suspensão das punições aplicadas.
Agora, numa entrevista com o PC Gamer, finalmente temos uma resposta, e ela é: não.
Detalhes das declarações
“Queremos que as transmissões oficiais, que são uma pequena porcentagem do conteúdo geral criado, sejam sobre os games,” afirmou J. Allen Brack, presidente da Blizzard. “E queremos que sejam focadas nos games“.
“Mais uma vez, não se trata do conteúdo da mensagem de Blitzchung. É sobre o fato de não estar relacionada com os jogos. Se não tomássemos medidas, se não tivéssemos feito algo, podes imaginar o rastro que estaria no nosso futuro em torno das entrevistas. Seriam momentos para as pessoas falarem sobre qualquer coisa que quiserem, qualquer problema. É um caminho que não queremos seguir.”
Brack diz que a Blizzard incentiva os jogadores a expressarem-se nos seus meios privados, mas não nos canais oficiais. Entretanto, o presidente não parece estar a par da realidade pois há três semanas atrás, um treinador de Overwatch diz ter sido forçado a apagar uma mensagem de apoio a Blitzchung após surgir a polêmica inicial (via The Dallas Morning News).
Sobre os dois casters apanhados no meio desta controvérsia, Brack diz que não pensaram se estavam envolvidos nos planos de Blitzchung e que foram suspensos pois não conseguiram manter a transmissão focada nos games e nos vencedores, o que resultou em toda a história polêmica.
“Não foram bem sucedidos no seu trabalho. É por isso que tomamos uma decisão sobre isso.”
Brack comentou ainda que a mensagem compartilhada na Weibo, rede social Chinesa equivalente ao Facebook, foi da autoria da NetEase e não da própria Blizzard, que segundo diz, não tem autoridade para operar na China.
“Legalmente, a Blizzard não está autorizada a operar ou publicar games na China. Há a necessidade de uma parceria. A regulação é essa, é a lei. A NetEase é a nossa parceira. A NetEase não é uma agência governamental, a NetEase é uma companhia. São a editora“.
E a recepção da comunidade?
Apesar das desculpas de Brack, os fãs da Blizzard sentem que a companhia não cumpriu com o que disse e não foi permitido que manifestassem a sua opinião sobre esses acontecimentos. Vale notar que, foi algo que aconteceu durante a apresentação de World of Warcraft, quando um fã começou a gritar “libertem Hong Kong”.
A comunidade sente que a Blizzard ainda não fez ações que correspondam as palavras ditas. Assim, o que fica é o sentimento de que apenas pretende defender os seus interesses e negócios com a China – algo que a empresa recusa admitir, o que acaba irritando ainda mais os jogadores.
Mas e vocês, o que acham da posição da companhia e da comunidade? Não esqueçam de comentar.
Fonte: Eurogamer