Crítica | A Freira assusta, mas deixa a desejar

Invocação do Mal 2 cria mais um grande personagem para os filmes de Terror: A Freira

A história do cinema é marcada por grandes personagens. Entre eles, os insanos e malucos antagonistas dos filmes de terror. Temos muitos exemplos como Jason, Freddy Krueger, Michael Myers, Chucky, Leatherface, Jigsaw e tantos outros. Desta forma, Invocação do Mal tem dois grandes méritos, que é a criação de dois novos personagens que entram para este hall dos vilões tenebrosos dos filmes de terror. São elas: Annabelle e A Freira.

A primeira citada já recebeu dois filmes, sendo Annabelle 1 e 2. Embora o primeiro filme não tenha sido lá muito bom, o segundo fez bonito e reacendeu a chama da esperança. Seria possível que os spin-offs de Invocação do Mal pudessem ser tão bons quanto os filmes da saga principal? Então a Warner nos apresentou A Freira. A vilã, que na verdade é um grande demônio do inferno (CRENDEUSPADRE), é a grande ameaça de Invocação do Mal 2. A personagem fez grande sucesso e agora recebe o seu próprio filme de origem. Só é difícil dizer se funciona…

Uma bela ideia

Não há como negar que A Freira tem uma boa ideia e ambientação. Ao invés de criar uma origem genérica, o filme conta em seu roteiro com uma história bem horripilante. Em um convento na Romênia, totalmente afastado, uma Freira se suicida. Como poderia alguém tão ligado a Deus cometer um dos pecados mais imperdoáveis? O motivo está justamente na ameaça de Invocação do Mal 2, que antes de assustar o casal Warren, dominava o convento citado acima.

Para enfrentar este mal e entender o que ocorre no lugar, o Vaticano envia um padre e uma noviça, que estava prestes a se tornar uma freira, ao local. Ainda que a ideia pareça muito boa, em termos narrativos, muitas coisas não funcionam tão bem no filme e é uma grande pena.

A Freira, como uma personagem, é excelente. Macabra, misteriosa, uma imagem santa ligada a algo demoníaco. Tem tudo para funcionar e vai funcionar em qualquer contexto. Talvez esta personagem tenha se tornado algo tão interessante, que o filme venha a valer apenas para vê-la em novas cenas. O convento é bem escuro, cheio de coisas estranhas, e acaba se tornando um segundo personagem. Talvez o grande erro no uso da Freira neste filme seja na materialização de seus ataques. Temos muitas cenas com seres que se parecem com zumbis. Em Invocação do Mal 2 tínhamos algo mais sobrenatural. Porém, ainda funciona, só faltou algo de suma importância…

O outro lado da moeda

Enquanto tudo que é feito para assustar dê certo, mesmo que sem inspiração e fazendo uso de técnicas e métodos muito batidos nestes tipos de filme, temos na Freira, na ambientação e no cenário tudo que se precisa para fazer um filme de terror de ponta. Entretanto, estamos falando de algo que gira em torno do universo de Invocação do Mal. Logo, qualquer mal deve ser enfrentado com grandes protagonistas. Mas o que vemos são personagens sem carisma, sem importância e com muitos problemas. Some isso a saídas fáceis de roteiro e entenderá o quanto há de potencial perdido neste filme. Se você assistir, lembre-se da cena do sino e comente aqui o que achou.

Mas, por outro lado, há uma boa ligação entre o que acontece neste filme com a presença de A Freira em Invocação do Mal. Algo que até me deu uma vontade de rever o filme da saga principal para entender melhor. Contudo, nada disso coloca valor na produção, que infelizmente se torna um filme sem muitas inspirações, mesmo que ainda tenha boas ideias.

Assim, no final das contas A Freira é um filme que tenta aproveitar um grande personagem para criar uma nova história. É um filme necessário, dado o tamanho do sucesso que a macabra personagem fez (e faz). Mas sinceramente, não vejo potencial para tenhamos um A Freira 2. A não ser que novas histórias após Invocação do Mal 2 tenha relação com aquele demônio. Caso contrário, deixe-a trancada no canto mais escuro possível.