Crítica: A Rainha de Katwe – surpreendente e emocionante

A Rainha de Katwe é com certeza um filme que você não está acostumado a ver, tanto pela construção quanto pela identidade que o longa entrega.

O filme é produzido pela Disney em parceria com a ESPN e é totalmente baseado nos livros e na vida de Phiona Mutesi, uma garota extremamente pobre, que encontra no Xadrez um sentido para sua vida.

Baseado em Fatos Reais

Os filmes despertam os mais variados sentimentos nas pessoas, como tristeza, apreço, alegria, ódio, constrangimento, dentre muitos outros, porém, quando se trata de uma obra baseada em fatos reais, tudo se intensifica.

Katwe é uma cidade de Uganda, país localizado no continente Africano, onde a pobreza impera de maneira inacreditável e a luta pela vida é maior do que qualquer outro objetivo. A parte mais interessante é conhecer a história daquelas pessoas, saber quem elas são, o que fazem e como agem diante de tantos problemas. Aí você se pergunta: Mais um filme focado na pobreza africana…Aí é que você se engana, pois A Rainha de Katwe mostra justamente a busca de um sonho e como o universo pode responder suas perguntas das maneiras mais inusitadas.

Phiona Mutesi (Madina Nalwanga) é uma garota que ajuda sua família a vender vegetais para sobreviver. Num lugar como aquele, poucas coisas conseguem te trazer dignidade e diversão e, da maneira mais inacreditável possível, foi no xadrez que a menina encontrou a sua felicidade.

Robert Katende (David Oyelowo) exercia um trabalho social importante com as crianças de Katwe, levando o xadrez para que elas tenham um hobby e exercitem a mente. Inesperadamente, Phiona se descobre um grande prodígio do jogo vencendo seu mestre e progredindo gradativamente, impressionando todo o continente.

Saiba o seu lugar no mundo

Essa talvez seja a principal mensagem do filme e uma das mais bonitas que vi em tela. Phiona, assim como alguns moradores de Katwe que seguiram o caminho do xadrez, não tem oportunidades caindo do céu, mesmo sendo uma das jogadoras de xadrez mais brilhantes da África. Tudo foi conquistado com muito suor, muita dedicação e empenho de todas as partes.

Na vida, nunca conquistamos as coisas sozinho, por mais habilidade, sorte ou inteligência que tenhamos. Robert Katende, mentor e causador de tudo o que aconteceu na vida de Phiona, não só ativou o que de melhor tinha na garota, mas também soube guiá-la e mostrar que a menina pertencia e merecia estar naquele lugar, onde a grande maioria dos competidores tinham alto poder aquisitivo, com recursos muito superiores.

Encare a derrota e aprenda com ela

Poderia ficar aqui dizendo várias lições de vida que A Rainha de Katwe nos mostra, mas perderia toda a graça. Porém, não poderia deixar de citar a velha frase de sábios antigos que dizem que a derrota serve para fortalecer e nos fazer aprender, para que encaremos numa próxima vez, com mais força e gana.

A dor da derrota é proporcional a expectativa que se tem. Por mais dificuldades que a garota teve na vida, nada te prepara para o bom e velho fracasso, principalmente quando a sua confiança está em alta. Saber aceitar a superioridade de um adversário, conseguir aprender com os erros, e voltar com força total são lições que o xadrez trouxe para a vida de muitos competidores, e Phiona não podia ser diferente.

Concluindo, acredito que a Rainha de Katwe seja um dos filmes mais lindos que já vi no cinema. Emocionante, revigorante, surpreendente e cheio de lições de vida, que farão qualquer um – me refiro a TODO MUNDO – derramar lágrimas de trsiteza e felicidade.

Aqueles que estão em busca de algo que toca no fundo do coração e que mostra um lado super verdadeiro e diferente de uma África sofrida, A Rainha de Katwe é o filme perfeito.