Hollywood busca inspiração direta em diversos livros, principalmente nas obras de Stephen King e A Torre Negra é mais um exemplo disso. Com uma boa campanha de marketing, o filme foi criando expectativas de todos lados, até que as críticas começaram a surgir nos Estados Unidos e, falando por mim, minhas expectativas caíram bastante. O que é bom, quanto menos hype, melhor para se tirar algo de bom de um filme que passa a não prometer tanto.
Mas, mesmo já esperando pouco de A Torre Negra, é impossível ficar alheio à tantos problemas, mesmo que se num olhar menos crítico, o filme possa ser visto como uma adaptação que tenta criar uma boa aventura mais “pipoca” diante do background construído pelo livro de mesmo nome. O problema é que nem assim dá pra se divertir tanto com o filme. Entenda os motivos.
O Mito da Torre Negra


Em um universo onde diversos mundos existem paralelamente, existe uma Torre Negra no centro de tudo, que serve de proteção para os humanos e impede que criaturas malignas invadam o plano terreno. O filme já parte do momento em que uma determinada guerra foi decidida e sobrou apenas um Gunslinger (Idris Elba) que é o responsável por manter a ordem do local.
O filme segue a premissa da vingança, algo bem clichê, ao mesmo tempo que dá oportunidade de Jake Chambers (Tom Taylor) nos guiar em uma aventura cheia de misticismo, portais, feiticeiros e criaturas estranhas. A ideia do filme até que funciona, mas não traz nada novo e ainda cria cenas difíceis de serem digeridas, totalmente mal dirigidas e que quebram a imersão em todos os momentos em que o filme tenta começar a ficar no mínimo legal.
Não Decola


O maior problema de a Torre Negra está na falta de ritmo. Quando o filme começa a querer decolar, na próxima cena tudo é colocado a perder com diálogos fracos, interpretações medíocres e ideias batidas. Idris Elba não está ruim no filme, mas também não é nem perto um personagem que faça jus ao seu talento. Tom Taylor mostra que tem potencial, mas o que mais surpreende é Matthew McConaughey.
No papel do “Homem de Preto“, o ator começa o filme com um vilão bem pastelão, com falas forçadas demais. Aos poucos, conforme o personagem evolui, o ator também mostra que entrou no papel e cria cenas curiosas, mas ainda sim é um desperdício pra um vencedor do Oscar. Se existem papéis para se ganhar prêmios e outros para se ganhar dinheiro, Matthew McConaughey fez A Torre Negra pelo segundo motivo. Mas a culpa pode não ser do ator, até se vê que ele tenta dar um ar maligno ao personagem, mas o roteiro é tão corrido e sem sal que não dá tempo das coisas ficarem realmente boas.
Um bom cine pipoca, nada mais que isso


Mesmo com tantos problemas, A Torre Negra ainda se mostra um boa opção para quem quer uma aventura leve e sem muitas pretensões por conta do tema que tem, dos personagens e das ideias, mesmo que tenham sido mal executadas. Da a entender que houve um desperdício de potencial enorme na produção de A Torre Negra, mas que ainda assim poderá agradar quem busca apenas por um momento pra desligar a mente e ver uma boa aventura na telona.
No final das contas A Torre Negra não cria nenhum impacto, não nos faz pensar em nada além do que foi mostrado e não da aquela vontade de querer ver mais daquele universo. Talvez a melhor opção seja ficar com os livros.
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