Os tambores rufaram! Ridley Scott estava de volta e junto com ele a promessa de um filme do Alien assustador, sombrio e com o selo de garantia Scott, uma vez que o diretor foi quem iniciou essa saga.
Covenant


Alien Covenant é uma sequência direta do filme Prometheus. Os tripulantes da Nave Covenant estão em busca de um novo planeta para poder colonizar e recomeçar a vida. Durante a viagem, há um indício de um local habitável para o ser humano e com uma economia de tempo de viagem muito relevante. Ao pousar no local para vasculhar e investigar, eles descobrem que é um ambiente extremamente hostil e com uma ameaça pouco provável, mas mais perigosa do que qualquer outra coisa.
A história do filme segue com altos e baixos, tendo momentos extremamente interessantes, mas outros que além de confusos, diminuem o ritmo do filme e deixam bem abaixo do esperado.
O mote principal me deixou um pouco decepcionado, pois a explicação que deram sobre a vida alienígena, e sobre como elas estão sendo mostradas e manipuladas, foi fraco e inconsistente.
O TERROR prometido


A franquia Alien começou sua história com uma ideia bem aterrorizante e sombria, mas a medida que foi crescendo e ganhando notoriedade, foi se transformando num filme de ação e suspense, porém, essa fórmula iria se renovar.
Uma das principais motivações e que foi muito anunciado nas campanhas de marketing foi a volta de Ridley Scott e a promessa do terror. O diretor, o qual trabalhou em Alien O 8º Passageiro, veio com uma proposta de devolver toda a atmosfera que ele mesmo criou em 1979. Pois bem, infelizmente, Scott não atingiu essa meta, pois o filme busca, na maioria das vezes, trabalhar em cima da ação, deixando o terror bem longe. Isso gera uma frustração muito grande para os fãs da franquia, que aguardavam ansiosamente o sentimento claustrofóbico e tenebroso.
Uma nova Ripley?


Se tem algo que a franquia parecia buscar incessantemente é uma nova Ripley. Sigourney Weaver foi – por muito tempo – uma referência absurda como heroína no cinema, justamente pelo seu grande papel como sobrevivente da nave Nostromo. A busca por uma nova heroína não é uma tarefa fácil, mas acredito que a personagem Daniels, vivida por Katherine Waterston, deu uma boa amostra de como não é impossível.
A garota conseguiu capturar todo o espírito de Weaver e dar uma personalidade muito interessante para a personagem, sendo a atuação mais consistente desse longa.
As atuações foram muito bem feitas, bem trabalhadas, mas não podemos deixar de mencionar Michael Fassbender, o qual interpreta um Android. A interpretação de Fassbender é elogiável e, sem sem dúvida nenhuma – ao lado de Waterston -, foi a melhor coisa do filme, mas infelizmente o fraco roteiro estragou o personagem.
Prometheus e Covenant


Este foi o maior erro do roteiro. Ao integrar os eventos de Prometheus em Covenant, a história se perde completamente e vira uma ficção não convincente. Os Aliens (Xenomorphs) são animais assustadores, aniquiladores e cheios de mistérios, e da maneira que foram colocados nesse longa, pareciam monstros de laboratório manipuláveis.
A Fauna e a flora do planeta em questão, que poderiam ser trabalhados de várias maneiras, foram resumidos a cenas sem importância e destoam de tudo o que segue na linha criada da franquia. Talvez numa das cenas que mais pudessem chocar o espectador, foi construída de maneira previsível. Enfim, a origem que projetaram para Alien não funcionou.
Contudo, muitas cenas de ação foram bem aplicadas e construídas e aliadas as boas interpretações, fazem com que você tenha grandes momentos no cinema.
Concluindo, Alien Covenant tem boas cenas de ação, atuações extremamente interessantes, porém esbarra num roteiro ruim, ritmo lento e pouca importância ao que mais gostaríamos de ver. De qualquer maneira, se você for fã de Alien, gostou de Prometheus, terá bons momentos no cinema, mas não se anime muito, não é nem de longe o que foi prometido.