Crítica | Arranha-Céu: Coragem Sem Limites traz The Rock de um jeito nunca visto antes

Arranha-Céu tem um pouco de Duro de Matar com Missão Impossível

Mais um filme de ação com The Rock! O ator vem colecionando trabalhos de expressão e parcerias com grandes empresas. Jumanji com a Sony, Rampage com a Warner e agora o ator volta para a Universal com Arranha-Céu. Lembrando que The Rock é um dos grandes astros de Velozes e Furiosos, também da Universal. Contudo, após Jumanji ter estourado em bilheteria, o status de Dwyane Johnson só aumentou.

No novo filme ele é Will Ford, um ex-líder de operações de resgates que perdeu a perna esquerda em uma missão. Agora como um homem de família, ele é chamado por velho amigo para trabalhar nas medidas de segurança do mais novo “maior prédio” do mundo. Mas obviamente que as coisas não sairiam como todo mundo planejava. Então, Ford se vê em meio a uma grande conspiração. Além de que agora ele é um homem deficiente. Assim, além de bandidos, Ford precisa lutar contra seus próprios fantasmas e limitações.

Fragilizando o gigante

Um dos grandes diferenciais deste filme em comparação com qualquer outro que The Rock já fez, é que, embora ele seja ainda um brucutu, a falta de uma das pernas o deixa mais frágil. Então, a sensação que temos em todos os momentos é que vai dar ruim para ele. Entretanto, o que se vê é uma certa criatividade para usar esta limitação de Ford. Assim, temos o mesmo The Rock de sempre, com menos recursos em combate.

Contudo, não pense que Arranha-Céu deixa de lado o exagero. Temos aqui mais um filme que tenta surpreender com situações inusitadas. Ao mesmo tempo que tem sucesso em alguns departamentos, a maior parte do filme é composto por cenas e situações “a lá” Missão Impossível. Contudo, The Rock não é Tom Cruise e aqui a missão só parece impossível. Então o que se vê são cenas forçadamente exageradas.

Família em Primeiro Lugar

Ainda que falhe em diversos pontos, ou não seja tão impressionante como poderia, é legal ver o tratamento e importância que Ford dá para a família. Sua condição atual o permite deixar de ser um soldado para se tornar um homem comum. Assim, constituir uma família é algo válido para ele. Os perigos já não seriam tão intensos mais.

Os efeitos que a grande tragédia no começo do filme gera nos personagens também vale ser mencionado. Uma pena que não tenha sido explorado do jeito certo. Serve apenas para sabermos que Ford olhou para frente e não se abalou. Mas seus fantasmas continuam lá e aterrorizam sua vida. Mesmo que de uma forma bem leve. E ele usa tudo isso para proteger as pessoas que ele ama. Mais precisamente sua mulher e dois filhos. Entretanto, mesmo essa relação dele com sua família é um pouco superficial.

O que poderia ser melhor?

Embora tenha um bom elenco, Arranha-Céu faz um péssimo uso de todos eles. Dwayne Johnson está legal no papel de Ford. Mas não foge quase nada dos outros papeis que ele já fez. Mas a grande maioria dos demais personagens são sem carisma e com diálogos pobres. O que deveria ser misterioso, se torna chato e cansativo. No final das contas o que poderia ser surpreendente se torna passável.

Porém, ainda vejo que a ideia de ter The Rock com uma deficiência como a falta de uma perna, possa ser explorada mais vezes no futuro. Só precisaria de um roteiro melhor, cenas mais bem trabalhadas e um estilo mais próprio. Afinal, Arranha-Céu até se parece com clássicos como Duro de Matar e o já citado Missão Impossível. Só que com muito menos esmero.

Vale a pena?

De todo modo, o novo filme com The Rock pode valer a ida ao cinema com sua família. É o estilão de filmes que estreia nas férias. Possui um belo visual, a grande torre que é foco do filme é bem construída e os momentos de tensão estão lá. Só não espere por algo memorável. Abra a mente, sente-se na poltrona e coma sua pipoca. Talvez você se divirta com a falta de coerência das cenas do filme e com os vilões totalmente sem carisma.