Crítica | Kingsman 2: O Círculo Dourado não surpreende, mas é insano!

Me lembro quando Kingsman: O Serviço Secreto estreou nos cinemas em 2015 e eu não tinha noção do que se tratava aquele filme. Quando menos percebi, todas as melhores salas dos cinemas de minha região, tinham Kingsman como destaque em exibição. Eu já havia ouvido falar das HQs de mesmo nome que foram criadas por Dave Gibbons e Mark Millar, mas até aí, ainda não tinha me cativado a assistir.

Mesmo assim, por conta dos amigos falando de Kingsman, da quantidade de boas críticas que cheguei a ler, eu fui. E meu amigo, que filme espetacular que foi o primeiro Kingsman. Desde então resolvi procurar mais referências à obra de Millar, procurei entender mais sobre o universo da alfaiataria que escondia segredos tão insanos. Kingsman é uma organização secreta de espiões que passam por um rigoroso treinamento que os transforma em soldados extremamente preparados para qualquer tipo de situação. No primeiro filme vimos a ascensão de Eggsy e a queda de Harry. O filme tinha cenas grandiosas e inesquecíveis, como a batalha de Harry dentro da igreja. Além disso, era recheado de efeitos especiais e personagens de extremo carisma.

Agora, os Kingsmen estão com os dias contados. Logo na primeira cena a gente já fica “WOOOOW”! Não há tempo pra respirar, não dá pra pensar em mais nada a não ser NÃO PISQUE!

O fim do começo ou o começo do fim?

O primeiro Kingsman marcou, é preciso ressaltar isso. Seria completamente difícil que Kingsman: O Círculo Dourado pudesse ao menos encontrar o caminho para chegar no mesmo nível de qualidade. Matthew Vaughn não consegue repetir a dose em termos de surpreender sua audiência, mas entrega um filme explosivo e dinâmico, como provavelmente muitos esperavam. Não temos um filme memorável, mas com suas ideias malucas Vaughn consegue criar cenas incríveis. Como o próprio trailer entrega, um grande ataque acaba com o serviço secreto dos Kingsman e aparentemente sobra apenas Eggsy. O recém formado espião tem uma grande responsabilidade de encontrar quem fez tal estrago, mas muitas surpresas aguardam por ele e por nós.

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Nessa onda de nostalgia e surpresas, vemos Eggsy dividido entre seu grande amor e sua responsabilidade de salvar o mundo. Novamente, como o próprio trailer entrega, Eggsy descobre que seu mentor está vivo. Harry é muito bem utilizado no filme, mas não pense que Kingsman 2 fica somente nos personagens que conhecemos no primeiro. Felizmente temos muitos outros rostos, grande parte deles conhecidos, como: Channing Tatum; Halle Berry; Julianne Moore; Pedro Pascal e até mesmo Elton John, que faz uma participação que fica entre divertida e dispensável. Mas é inegável que conseguiram encaixar muito bem a presença do cantor no filme.

Com novos aliados e uma conspiração enorme envolvendo um vírus, algo que sobra em Kingsman 2 é diversão.

A Peteca não cai, mas o 1 é melhor

Apesar de ser um filme pra lá de divertido, Kingsman: O Círculo Dourado não consegue ser tão bom quanto o primeiro. Temos um foco muito grande no relacionamento de Eggsy, o que incomoda em alguns momentos do filme. Há uma certa confusão por conta da quantidade de personagens que a sequência nos traz e o problema é que todos tem um nível de importância bem legal. Assim, o roteiro acaba fazendo pouco uso de todos eles e na tentativa de mostrar todos os atores, fica algo superficial. Os efeitos especiais são bons o suficientes para manter a ação lá em cima, mas alguns olhos mais atentos perceberão que existem pequenos problemas aqui e ali.

No entanto Kingsman O Círculo de Fogo consegue explorar muito bem as boas ideias deixadas pelo primeiro. Com as novidades deste segundo filme e eventos importantes que ditarão o futuro dos personagens, há muito espaço para sequências e a construção de um legado ainda maior. Não chegar ao nível do primeiro filme não é um demérito. Acontece que Kingsman de 2015 é tão bom que chega a ser desleal. O Círculo de Dourado diverte demais, do início ao fim, com cenas de ação de cair o queixo. Muitas destas cenas são tão violentas que chegam a impressionar e em um filme deste gênero é algo ótimo.

Ao final fica a sensação que um Kingsman 3 poderá ser muito diferente. Mesmo com tantos rostos conhecidos, a escolha de alguns deles talvez não agrade à todos. Ao menos sabemos que Eggsy e Harry estão juntos novamente e que o legado de Galahad está em boas mãos. Duas por sinal.