Crítica | La Casa de Papel Parte 3 traz poucas inovações, mas mantém o público interessado

La Casa de Papel retorna à Netflix com um novo roubo

La Casa de Papel estreou no serviço de streaming da Netflix em 2017. A série espanhola posteriormente se tornou uma febre mundial ganhando grandes proporções.

Após as duas primeiras partes, que provaram mais do que certo o fim da série, eis que o professor e sua amada equipe retornam para um terceiro capítulo. A espera foi longa e carregou consigo grandes expectativas.

Dito isso, a terceira parte desta famigerada série chegou ao serviço de streaming da Netflix no dia 19 de Julho. Esta que pode ser a derradeira participação da série no serviço ou um gancho para novas aparições.

Afinal, será que a Parte 3 de La Casa de Papel condiz com a expectativa criada, ou melhor, será que irá superar a jornada anterior?

Venha comigo e descubra o que achamos.

Um roubo mais ousado do que o anterior

A grande incógnita por trás dos novos episódios da série seguia em torno da motivação do grupo a se reunir para um novo assalto. Assim como os trailers mostraram, Rio foi capturado pelas forças militares. Sendo assim, Tóquio é forçada a contactar o “Professor” afim de reunir a equipe novamente.

Diferente da aventura anterior, o assalto não é algo para satisfazer um desejo pessoal. Desta vez, o novo “roubo” é uma forma de chantagem  para trazerem Rio de volta – após ter sido capturado. Para você que se surpreendeu com tamanha audácia, aguarde para ver o que eles aprontaram desta vez.

A série adicionou novos personagens que fazem seu papel trazendo um novo tom e tornando as cenas mais interessantes. Porém, o grande destaque está na criativa construção do roubo – afinal, este é o expoente da série. Por outro lado, é notória a evolução e o amadurecimento que a série trouxe nas novas cenas. Os episódios conseguem mesclar de forma natural os inúmeros momentos de ação, momentos dramáticos e os cômicos, na medida certa.

Em conclusão, a série conseguiu manter seu vigor com uma trama ainda mais criativa, incluindo novos personagens que adicionaram uma sobrevida à trama. Ademais, deu ao grupo uma nova perspectiva, de vilões para um símbolo de resistência a todo tipo de injustiça.

Quem disse que Berlim não voltaria?

Um dos grandes mistérios para o retorno de La Casa de Papel era o paradeiro de Berlim. A série havia retirado o personagem do elenco, mas brincou com os sentimentos dos admiradores do personagem com um possível retorno. Enfim, Berlim realmente voltou, mas não como gostaríamos.

Certamente, a parte 3 em seu todo foi uma carta de amor para os fãs do personagem. Embora morto, a Netflix foi cuidadosa em manter Berlim dentro da série, e mantê-lo relevante na trama. E esta atuação indireta acontece por meio de flashbacks em eventos anteriores ao roubo da casa da moeda. Nestes acontecimento,s conhecemos a pessoa por trás de Berlim, Andrés de Fonollosa.

Trazer esse lado humano ao invés do profissional – que foi apresentado na parte 1 e 2 – tornou Berlim ainda mais cativante. Em todos os novos flashbacks somos surpreendidos por quão profundo e interessante o personagem é. Se já amávamos, passamos a amá-lo mais ainda.

Em suma, a série soube bem manter este mistério sobre o paradeiro de Berlim. Sobretudo, soube retribuir de forma carinhosa a ausência do personagem aos eventos da série.

La Casa de Papel Parte 3 traz mais do mesmo sem colocar de lado a criatividade

Não há dúvidas que a engenhosidade e criatividade deste grupo é algo surreal. De fato toda a estrutura por trás dos planos e das reviravoltas, torna esta série cativante. No entanto, a parte 3 de La Casa de Papel caiu em um ciclo repetitivo que pode incomodar – mesmo que ainda impressione.

A composição de todos estes novos episódios segue o mesmo intuito dos anteriores: A equipe entra no local; há um embate com a polícia; em seguida o grupo é encurralado, mas no final de tudo, a equipe sempre se “safa” com o Professor antevendo a ação da força oposta.

Este ciclo vicioso se manteve presente nesta parte 3 e vem tornando a série previsível, onde embora tenha o momento de suspense rodeando o grupo, no final eles terão uma carta na manga. Este sentimento de sempre pensarem em todas as possibilidades torna a experiência um tanto injusta. Entretanto, o ato final concedeu um equilíbrio ao jogo de gato e rato, de forma tensa e sem reviravoltas.

Uma estratégia não muito receptiva

Assim como nos episódios anteriores, que foram divididos por partes, a terceira parte deixou um gostinho de inacabado. Com um total de 8 capítulos, a série novamente optou por dividi-los e disponibiliza-los em uma data posterior.

Tal postura não agradou os fãs pelo o fato de ser uma longa espera resumida em poucos episódios que não traziam o desfecho. Certamente, algo bem frustrante. Dito isso, ainda não sabemos em que formato aparecerá os demais episódios se será em uma Parte 3.1 ou em uma Parte 4. Até lá só nos resta aguardar.

O Veredito

La Casa de Papel Parte 3 trouxe consigo muitas expectativas e curiosidades acerca da nova aventura. Quanto a isso, ela conseguiu nos prender e surpreender novamente, com mais um estratagema curioso e momentos cativantes. No entanto, a série vem criando ciclos constantes de reviravoltas que começam a saturar seu progresso. No entanto, sua essência de imprevisibilidade faz desta série um grande atrativo.

Em resumo, La Casa de Papel não se tornou popular à toa. Toda sua estrutura trabalha em harmonia fluindo de forma natural através de seus personagens.