

Em grandes produções, é comum ver a violência brutal ser uma forma de entretenimento. Carnificina é uma das coisas que grandes jogos gostam e tornou-se tão corriqueiro em tais obras, que é vista como algo extremamente comum. Porém, isso pode não ser tão interessante para quem cria quanto para quem somente joga.
Um artigo publicado no site Gamasutra, e escrito por Alex Wawro, registra relatos de alguns desenvolvedores que trabalharam em grandes títulos que envolvem violência. Vic DeLeon, artista de Halo 3, contou que pesquisou e estudou sobre tumores e outras lesões a fim de construir um cenário do jogo, e, para isso, ele diz ainda que mergulhou a fundo na micologia (ciência que estuda os fungos).
“Lembro-me de olhar para diferentes tipos de coisas brutais biológicas e dizer ‘Ok, podemos adicionar isso, e isso… mas não’, e em seguida, no final do dia eu de repente começava a pensar sobre estas imagens do nada. Minha tolerância é bastante elevada, mas eu, ainda assim, de repente estava com náuseas. Foram semanas ruins.“
Mike Jungbluth, artista e animador de games como Shadow of Mordor e Call of Duty: Black Ops, explicou que pesquisar sobre enforcamentos o afetou diretamente. “Eu estava trabalhando em um jogo onde iriam enforcar alguém publicamente. Tive que investigar material de referência com pessoas enforcadas para representar fielmente a física da ação, e depois de um dia enfiado nisso fiquei definitivamente afetado.”
Jungbluth relata ainda que se desligou emocionalmente de seus colegas de trabalho e de sua própria esposa, mas, segundo ele, isso não continuou o prejudicando posteriormente. “Eu não diria que tive qualquer problema psicológico de longo prazo, uma vez que eu terminei a sequência, [mas] ele certamente diminuiu a minha empatia com animações de vítimas de morte desde então.“