Exterminador do Futuro Destino Sombrio acerta na nostalgia e na qualidade | Crítica

Exterminador do Futuro é uma franquia que marcou na história do mundo todo. Através do primeiro e principalmente do segundo filme, muita coisa se moldou no mundo do cinema. Mas a partir dali, a história da saga da família Connor e porque não, da humanidade, se perdeu em roteiros ruins. Parecia que o futuro não seria mais brilhante. E na tentativa de copiar seu próprio sucesso, a saga dos Exterminadores foi caindo num limbo sem volta. Sem um “I will be back”.

Então a Fox recorreu a James Cameron para que ele pudesse reconstruir a saga. Exterminador do Futuro Destino Sombrio simplesmente apaga tudo que veio depois do segundo longa. Mas como toda história que conta com viagens no tempo, podemos imaginar que o que vimos até agora trata-se de linhas do tempo diferentes. Mas é essa história que o novo filme conta que queríamos ver.

Exterminador do Futuro 3? O Verdadeiro 3?

Exterminador do Futuro Destino Sombrio já começa com uma cena chocante. O filme tem como grande objetivo desconstruir o que conhecemos da franquia de um jeito inesperado. Mas para isso, ele pega como ponto de partida o fim do segundo longa e se transforma na real sequência de Terminator 2. Esqueça de Exterminador 3 e qualquer outro que tenha vindo depois. Já sabemos muito bem que John Connor é o Salvador, que Sarah sofreu com os Exterminadores e que o futuro não é nada agradável. Mas o que realmente aconteceu quando Sarah Connor conseguiu salvar seu filho do T-1000 e mudou o futuro?

Exterminador do Futuro 3 tem direção de Tim Miller (Deadpool), mas o roteiro tem como grande mente James Cameron. Para quem não está ligado, Cameron é um premiado diretor que ficou muito conhecido por diversos filmes que esteve frente, como Titanic, Avatar e claro, os dois primeiros Exterminadores do Futuro. Sabendo da responsabilidade que seria reviver a franquia, Cameron tinha muitos obstáculos pela frente, principalmente os filmes que sucederam seu trabalho. Então ele leva a história para um lado completamente diferente, mas que ao mesmo tempo, traz uma conclusão para tudo que vimos até Terminator 2. Se teremos alguma sequência ainda é incerto. Mas digo com total certeza de que é possível, sem ficar forçado.

Os novos Exterminadores

Assim como qualquer história, o que mais chama a atenção na franquia Exterminador do Futuro são os personagens. Claro que temos tudo que envolve a Skynet e o universo criado pelo Dia do Julgamento. Mas rostos conhecidos trazem o fator nostalgia e de continuidade para tela. Terminator 3 Dark Fate brinca com os dois cenários. Traz de volta Linda Hamilton no papel de Sarah Connor e Arnold Schwarzenegger como o eterno T-800. Mas também insere novos personagens, como o novo Exterminador (Gabriel Luna), que é uma evolução do T-1000, com uma junção com o T-800 e Grace, interpretada por Mackenzie Davis. Confesso que eu tinha muito medo do desempenho de Mackenzie Davis e Gabriel Luna, pois qualquer personagem ou ator que é inserido nesse universo parece não ficar nem perto do carisma que Sarah Connor e o T-800 de Linda Hamilton e Arnold.

No entanto, a atuação de Luna e Davis são muito boas e convincentes. Grace é uma grata surpresa dentro da história e Luna deixará Robert Patrick muito contente de ver seu legado tão bem executado na tela. Ambos os personagens são responsáveis pelas melhores cenas do filme, com lutas insanas e a sensação de que qualquer porrada desferida pode encerrar a batalha. O senso de urgência e de correria que o filme tem é muito parecido com Terminator 2, trazendo ação em diversos tipos de terreno, até no céu. Uma pena que em alguns momentos as cenas em CG deixem muito a desejar, fazendo a qualidade visual do filme flutuar entre o excelente e o “ok”.

Hora de dizer adeus ou é um “Hasta la vista, baby”?

O grande trunfo de Exterminador do Futuro Destino Sombrio é conseguir ser bom. Já é um grande mérito. Contudo, o filme consegue realizar uma ótima ponte para coisas novas dentro da franquia, ao mesmo tempo que continua seu legado com muito respeito. Além de dar uma balançada no universo que Terminator possui, encerra com segurança e muita competência a história que vimos se escrevendo em 1991. Assim, este pode ser muito bem o último filme da franquia, como pode ser o início de uma nova era. Se for o fim ou não, o que vale é que temos diante de nós o melhor terceiro filme da franquia Exterminador do Futuro. E não é por falta de um filme bom, é totalmente por mérito. Quem gostou dos dois primeiros longas precisa ver este, seja pela nostalgia, seja pela coragem que o time de produção teve para levar a saga para frente.