Final Fantasy VII Remake tem uma das melhores demonstrações da BGS 2019
Final Fantasy VII Remake pode não atender às expectativas dos fãs, mas sua demonstração na BGS 2019 depõe a favor do game. Bastante curta, ela nos coloca no trecho final da missão que visa explodir o primeiro reator do RPG. Mesmo passando em um piscar de olhos, a experiência é suficiente para aumentar ainda mais o hype pelo RPG.
Jogar o demo é como voltar à infância e encarar Final Fantasy VII de forma nova. Os visuais realistas retratam com maestria o que antes eram polígonos disformes. Da mesma forma, o novo sistema de combate respeita o original, trazendo atualizações muito bem-vindas. É Final Fantasy VII e não é, é uma conversa do passado com o presente que funciona surpreendentemente bem.
Habilidades especiais são transformadas em poderes comuns e não é mais preciso esperar para atacar. Ao mesmo tempo, a raiz Final Fantasy está ali, com elementos como o ATB e as magias preservados. A impressão que dá é que a Square quis preservar o clássico, mas sem medo de criar um blockbuster novo com cara própria.
Um clássico refeito
Para quem jogou o Final Fantasy VII original, a demo da BGS 2019 faz uma ligação direta com a memória afetiva. Jessie dá as últimas instruções a Barret e Cloud, que descem as últimas escadas para o reator central que deverá ser explodido. Os cenários pré-renderizados agora são em tempo real, com uma câmera em terceira pessoa mais moderna e fácil de guiar.


Também muda a maneira como os personagens interagem. Barret e Cloud trocam comentários sobre inimigos em tempo real e falam sobre o ambiente ao redor. Isso ajuda a enriquecer o roteiro, desenvolvendo melhor as tensões entre os personagens. Até por isso, fica mais fácil entender o receio de que Cloud ainda esteja trabalhando para a Shinra.
As cenas de corte também ganham uma camada adicional de complexidade bem-vinda. Ao menos no que foi mostrado, parece que a intenção é preencher brechas, não mudar as coisas. Isso significa que frases antes desconexas agora estão dentro de um roteiro mais bem-desenvolvido e consistente. Claro, também ajuda que a tradução do japonês foi feita de forma bem mais cuidadosa.
Combate intenso e estratégico
Embora a recriação de Final Fantasy VII chame a atenção no remake, o foco do demo é realmente o combate. E, nesse sentido, a Square Enix acertou em cheio ao mudar para o tempo real. Conforme você luta, vai enchendo a barra de ATB, que termina quando você pode usar magias ou habilidades especiais.


Cada carga acumulada garante uma ação, que não precisa ser usada na hora. Isso significa que o jogador pode aproveitar momentos oportunos para causar o mais caos possível. Na jogatina oferecida, isso acontecia contra o chefe, que podia ficar atordoado durante alguns segundos. Esses momentos garantiam dano aprimorado e se mostravam a melhor hora para usar seus maiores poderes.
Enquanto você controla somente um personagem por vez, ainda há o sentimento de que estamos jogando em grupo. Com um botão, mudamos o controle dos personagens, que são bem diferentes entre si. Cloud ataca mais rápido e causa mais dano, mas está mais vulnerável a ataques. Em contrapartida, Barret causa menos estrago, mas pode ficar em uma distância segura sem grandes punições.
Resultado animador
Enquanto a IA é boa em usar ataques automáticos, ainda cabe a você usar todos os especiais. Felizmente, apertar os gatilhos do Dual Shock 4 lida com isso muito bem. Sem trocar o personagem, você comanda seu aliado para usar um poder em um processo bastante natural. Aos poucos, dá até para brincar de fazer combinações que exploram melhor as fraquezas dos inimigos.
Em descrições pode ser estranho entender no que Final Fantasy VII aposta, mas jogar é bastante natural. Se você jogou o original, vai se sentir em casa em questão de poucos instantes. E, se esse não é o caso, vai encontrar um título fácil de entender e que não depende de uma bíblia de tutoriais para dominar.


Embora breve, a demo de Final Fantasy VII Remake é possivelmente uma das melhores coisas a se jogar na BGS 2019. A única crítica é que ela é curta e passa voando. Algo que chega a ser até cruel, visto que o título só chega em março de 2020. Até lá, resta assistir de novo aos trailers e esperar que o nível de qualidade se mantenha na versão completa.