De vez em quando, Jade Raymond dá o ar de sua graça com alguma declaração. A bela moça, que está a frente da Ubisoft de Toronto, desta vez falou à revista The Grid, de Toronto mesmo, sobre seu trabalho liderando o grande estúdio da Ubi e também, como sempre, sobre a franquia Assassin’s Creed, do qual ela é uma das grandes responsáveis pelo sucesso. Ela enfatizou que está “cansada dos jogos que tratam os jogadores como idiotas“, mencionando a questão como um exemplo de padrões que deixam o jogo cansativo.
“Eu não gosto do pressuposto de que todas as pessoas que jogam games, querem grandes serras, armas e mulheres de biquini”, disse Raymond. “Nem todos os jogadores são adolescentes e até mesmo eles não suportam mais ver isso nos jogos”.
Segundo ela, os jogos estão avançando ao ponto de melhor retratar personagens interessantes como protagonistas, mas os games ainda possuem um longo caminho a percorrer. “Ainda não temos um jogo onde você comece a jogar na pele de uma velha senhora. Esse é meu sonho”, disse Raymond.
Vale lembrar que Metal Gear Solid 4 tem um velho senhor como protagonista, mas esse não é o caso. Pensei alto.
Jade Raymond em sua entrevista à The Grid. Foto por Jaime Hogge/The Grid
Raymond continua dizendo “…olhe para os filmes, e eu realmente amo os filmes de ação tradicionais. Eu não me importo se o filme é ruim, desde que haja coisas explodindo. Mas mesmo esses filmes tornaram-se exemplos interessantes em termos de ligações complexas. Olhe para o Homem de Ferro”, e eu concluo para ela: olhe Batman o Cavaleiro das Trevas.
Raymond disse em março, que a Ubisoft Toronto trabalha em cinco projetos. Um deles com certeza é o novo Assassin’s Creed Unity.
Concordo com ela, pois a diversidade da jogabilidade está ligada diretamente à personagem em questão. Se uma velhinha, no exemplo dado por ela, fosse uma protagonista, imagine como a jogabilidade deveria ser realizada. Ao mesmo tempo que é algo interessante, torna-se um desafio para qualquer empresa que vier um dia a colocar isso em prática, já que onde iremos buscar referências para isso? Que outro jogo possui uma velha senhora como personagem principal? O problema da indústria está em ser criativa. Quando este elemento é exigido, parece que a muralha é tão grande que grandes ideias vão pelo ralo.
É aí que os indies chegam com o pé na porta, concorda?
Quanto aos estereótipos, os jogos sofrem do mesmo que o cinema, TV e afins. Mulheres e violência vendem, e muito bem. A maioria dos jogos que possui algum elemento deste tipo (Bayonetta talvez seja o maior dos exemplos) é sempre bem aceito. Esperar que isso acabe e os jogos tornem-se apenas boas referências não é um bom caminho. E pensar que Raymond está na Ubisoft há anos e mesmo assim fica presa nas ideias de uma grande empresa.
Apesar que a Ubi sempre tenta trazer novidades, como será o caso de Child of Light no final deste mês. Porém, o mais importante é saber o que você acha sobre o assunto, portanto comente abaixo e vamos discutir o assunto!
Já inventaram o PS4, o Xbox One, portáteis com jogos de console e até celular com capacidade de PC. E ainda tem gente me enviando solicitação de jogos no Facebook.