

Há anos que a indústria dos games assiste o rumor de que os consoles estão próximos do fim, como uma evolução da espécie necessária para que no futuro tudo possa ser mais lindo e benéfico para todos, tanto as desenvolvedoras quanto o consumidor. Porém, com o sucesso do PS4 e a retomada da Nintendo, fica bem complicado dizer que os consoles estão perto de seu fim. Mas para a Microsoft isso poderá ser inevitável.
A companhia possui agora em seu catálogo diversos tipos de serviços, como o Xbox Game Pass e a retrocompatibilidade, além de toda a proximidade da plataforma Xbox com o PC através do Windows 10. Cada vez mais a Microsoft vai deixando de lado a importância de um console, até mesmo em seus exclusivos, que chegam aos poucos para PC também. No entanto, vimos durante a E3 que a empresa está cheia dos planos para o Xbox One X, o console mais poderoso do universo.
Ainda assim, o futuro para a Microsoft está nos softwares e serviços e não no hardware. Albert Penello, chefe de marketing da divisão Xbox, falou com o site Wired sobre os planos da empresa no que diz respeito ao software e hardware e segundo o ponto de vista dele, os consoles estão cada vez mais próximos em conceito com o que vemos nos smartphones, dizendo que os jogadores estão mais preocupados com os aplicativos do que onde irão jogar determinados jogos e que com o tempo, a tendencia é que as gerações de consoles desapareçam ou mudem seu conceito.
“Essa indústria chegou ao ponto em que basta atualizar o smartphone, sem se importar com seu preço, tamanho de tela ou câmera, para saber que o software irá funcionar.”
“Não estou necessariamente dizendo que as gerações de consoles vão desaparecer, mas estou pensando além desta geração, nos softwares, e é por aí que claramente queremos ir. Estamos tentando ter a certeza de que o importante é o conteúdo e não o dispositivo. Não acredito que as gerações de consoles sejam benéficas para a indústria, acho que a realidade também é algo que não é saudável para os clientes.”
Para levar esta visão para frente, Penello diz que a retrocompatibilidade do Xbox One com os dois consoles anteriores faz parte dessa iniciativa, garantindo que todo software funcione independentemente do hardware que seja usado.
Ainda não consigo ver os consoles fora deste modelo de gerações, afinal é justamente isso que agita o mercado de consoles, como ocorreu com o Xbox 360 e todo o seu sucesso na geração passada e o que vem ocorrendo agora de maneira estrondosa com o PS4. Consoles existem para rodar softwares especificamente pensados para eles, como os jogos exclusivos que tanto fazem barulho no mercado, e caso tudo isso se torne apenas uma questão de software, como ter total noção de que o aparelho que a pessoa possui poderá ter capacidade suficiente para reproduzir a experiência que os produtores esperam para seus jogos?
Ou seja, muita coisa precisaria mudar e acontecer de uma forma que desconhecemos para que então todos, tanto indústria quanto consumidor, possam imaginar a indústria dos games fora dos consoles e com estratégia totalmente voltada para o software. Com o PC isso já vem ocorrendo, mas é uma cultura diferente das dos consoles, um universo diferente. Não consigo deixar de imaginar que a Microsoft venha pensando nisso por conta de seus números nesta geração, que estão bem abaixo do PS4, o que acaba criando uma necessidade natural de uma nova estratégia dentro de qualquer empresa.
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Fonte: Wired, Eurogamer