Já não é novidade que jogos exclusivos chamam muito a atenção do mercado de games, afinal são eles que dão razão para a existência dos consoles e desse mercado, tão aquecido com a nova geração. O Playstation 4 vem sendo cobrado desde que foi lançado para que possua mais jogos exclusivos, já que seu antecessor teve uma enxurrada de títulos próprios que foi um grande diferencial da geração passada. O Xbox One obteve um ótimo ano graças aos seus exclusivos e jogou ainda mais pressão pra cima da Sony.
MGS: Ground Zeroes: 3 horas de pura diversão!
Porém, a existência de um jogo exclusivo também chama a atenção pela negatividade. Jogos de grande qualidade são devastados pela internet a fora por qualquer motivo e alguns valores são deixados de lado em detrimento de um único deslize que algum produto venha a trazer. Apesar de não ser um exclusivo, Metal Gear Solid: Ground Zeroes é um grande exemplo desse tipo de prática. O jogo é visto como um “mau negócio” pela sua longevidade, entretanto a qualidade que o game possui com 3 horas de jogo é de criar inveja em muitos jogos de 20 ou 40 horas de gameplay. São 3 horas recheadas de conteúdo para os fãs da série e para quem está começando a ingressar no universo de Kojima e cabe ao jogador (que também é um consumidor) saber deixar de lado o que a crítica e a comunidade gamer diz por aí, já que é muito mais fácil falar mal do que bem de alguma coisa. Até The Last of Us é criticado por muitos. Mario então nem se fala.
Então agora temos a polêmica em torno de The Order: 1886, que chegou nesta sexta-feira e possui tantas qualidades pra um início de franquia que todas elas estão sendo jogadas no lixo, apenas pelo fato de existirem vídeos de alguém jogando o game e terminando em 5 horas no nível FÁCIL, sem se preocupar em buscar elementos extras e explorar os cenários.
Dino Crisis era um grandioso jogo curto.
No entanto, não acho que a longevidade não deva ser levada em conta, como você pode ver em nosso review de The Order: 1886, mas não deve ser o único aspecto de qualidade em torno de The Order 1886. Lembro-me da época do PSOne onde Dino Crisis 2 podia ser terminado em 3 horas jogando game numa velocidade ninja, passando por cima de tudo e nem por isso o jogo é lembrado como um produto ruim, mas sim pela qualidade geral. A intensidade que o gameplay trazia era incrível e fazia valer cada centavo gasto no jogo pelas 3 ou 4 horas de diversão. O fato de se tratar de uma geração tão diferente da atual não é desculpa pra um jogo antigo ter 3 horas e ser bom e um jogo novo ter 10 horas (que é o real tempo de jogo em The Order se você jogar explorando e aproveitando o game) e ser ruim. No PSOne já tínhamos vários jogos com mais de 100 horas e duração.
Xenosaga(PS2) também era um bom exemplo dessa história, pois o primeiro game da trilogia era muito arrastado. Lembro que joguei 20 horas do primeiro jogo e deixei de lado pois nada acontecia, era sempre muito monótono, sem muito o que fazer e mesmo que nas demais horas acontecesse algo bom e empolgante, eu já não estava me divertindo há muito tempo com o jogo. Foram 20 horas arrastadas que eu me sentia perdendo um grande tempo. Muita gente gosta do jogo e eu os respeito, até tentaria jogar novamente hoje em dia se saísse para algum dos videogames portáteis, mas bem que o game poderia ter um tempo de jogo mais curto para que os eventos bacanas acontecessem mais rapidamente.
“O que você tá falando sobre meu jogo Cavaleiro?”
Ou seja, não há como comparar todos os jogos entre si, cada um possui uma proposta diferente do outro, seja na longevidade, jogabilidade, gráfico e tantos aspectos técnicos que resultam ou não em um bom produto. Obviamente se for possível que o game ofereça mais tempo de jogo será algo bem vindo, no entanto ele pode fazer bonito e se tornar um jogo memorável com poucas horas de jogo se comparado com os demais do mercado, que muitas vezes são arrastados e repetitivos. Ter mais tempo de jogo não significa ser melhor.
O ponto que quero discutir é até onde devemos prestar atenção apenas a uma característica de um jogo? Não seria melhor pra todos –mercado e consumidor – ver o geral, o resultado final de algo? Claro que pagar R$ 179,00 em um jogo curto não parece algo vantajoso, mas e a experiência que ele pode lhe proporcionar com o tempo que ele foi concebido? Acho que cabe a cada um decidir o que é melhor para si, sem se influenciar por comentários sem sentido que exploram ao máximo a negatividade de apenas um elemento de um jogo, afinal tudo hoje em dia é criticado, como games que possuem apenas single-player, jogos anuais, jogos que só possuem multiplayer (Titanfall, estou olhando pra você, mas te adoro), os peitos da Lara Croft que são mais quadrados no PS4 e XOne que no PC (sim, acredite).
Nós que gostamos de videogames procuramos por experiências memoráveis a frente de uma TV, com mundos imersivos, personagens carismáticos, uma bela história ou apenas um gameplay que nos faça ficar horas jogando um game sem nos cansar das mecânicas que ele possui.
Então, basicamente, o tempo de jogo é importante, mas não pode ser fator determinante na hora de escolher ou não um jogo. Você prefere 10 horas divertidas e imersivas ou 20 horas arrastadas?
Já inventaram o PS4, o Xbox One, portáteis com jogos de console e até celular com capacidade de PC. E ainda tem gente me enviando solicitação de jogos no Facebook.