

Antigamente, na época do Nintendinho, Super Nintendo, Master System e Mega Drive, e porque não dizer do Atari, Turbo Game e tantos aparelhos que traziam a alegria para nossas TVs, bastava poder mexer um personagem em um mundo colorido que tudo estava ótimo! Era uma beleza estar jogando videogame com os amigos, interagir com um mundo diferente, mesmo que na época fosse tudo tão simples. No entanto, era um trampo danado fazer tudo aquilo rodar legal, sem bugs, redondinho.
Pois bem, todos nós crescemos, muitos continuam se divertindo com tudo que vêem e outros ficaram rabugentos. A grande mudança dos tempos antigos para hoje é que temos muito mais bagagem para criar uma opinião sobre algum produto, como filmes e games. O problema é quando essa linha da opinião se quebra e vira desrespeito, ameaças.
Cansado disso, um produtor, que preferiu ter seu nome em segredo, acabou de publicar um editorial no Kotaku dirigido aos jogadores, desabafando que está farto do ódio que ele presencia na Internet, direcionado aos produtores de games e às empresas em geral.
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O produtor anônimo, diz que trabalha na indústria de videogames há cinco anos, e que aceita as críticas construtivas, porém está farto de ver comentários como “Espero que as pessoas idiotas que fizeram este jogo se matem e a seguir, tenham mortas todas as suas famílias”. Pesado é pouco, e realmente acontece.
“Claro que haverá sempre críticos. O mundo precisa deles. Mas penso que não há justificativa para os ataques negativos e personalizados, o discurso de ódio, e crueldade para com aqueles que trabalharam mais de 12 horas durante dias, semanas, meses e, em alguns casos anos, para entregar os jogos na melhor forma possível”.
“Se os produtores dão aos fãs um produto ruim, deixem-nos saber. Se o nosso jogo tem problemas, falem sobre eles. Mas por favor, tenham respeito. Sejam bondosos para as pessoas que ajudam a criar e produzir os jogos que vocês adoram e especialmente para as pessoas que fazem jogos que vocês não adoram. Ninguém merece ser tratado abaixo de um ser humano”, continuou o produtor.
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O editorial serve tanto de aviso, como de crítica as ações dos jogadores. Este produtor acusa-os de não saberem o quão difícil é coordenar uma equipa com centenas de pessoas. O que é natural, já que quem xinga e fala muito no twitter geralmente não faz nada da vida.
“Antes de enviarem ameaças de morte às pessoas, ou dar zeros no Metacritic, ou escrever coisas malvadas desnecessárias sobre os jogos nos quais apenas perderam algumas horas, lembrem-se que estão a jogar a culminação de anos da vida de alguém. Normalmente não é apenas uma vida, mas dezenas, centenas, ou até de milhares de pessoas que acordam todos os dias de madrugada para pensar nas experiência que vão criar”. E adiciono, já concordando com o produtor, experiências que eles vão criar para mim, vocês e todos nós.
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Há alguns anos percebo o aumento dos chamados “haters“, e principalmente da galera que não joga e fala mal. Eu mesmo já fiz isso com League of Legends e hoje reconheço o valor que o game tem e a atenção que a Riot dá aos jogadores e à seu produto. Se você não gosta de algo, simplesmente não jogue ou entre em contato com quem produziu e diga sua opinião, mas apenas sobre o produto, nada sobre a vida ou a família das pessoas envolvidas. Afinal, você gostaria que fizessem isso com você?
Acha que o produtor e este editor aqui estão com a razão? Comente!