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Responsável pelo Marketing do Dreamcast fala porque o console falhou

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Tadashi Takezaki, hoje em dia trabalha na Sega como Líder do Departamento de Projetos e Implementação, o que não descreve muito bem todas as coisas em que ele esteve envolvido desde que se juntou a empresa em 1993. Veterano do departamento de marketing da Sega e Presidente de Departamentos no Japão, Takezaki esteve envolvido no lançamento do Sega Saturn e do Dreamcast, os dois últimos consoles da gigante japonesa. Ele ainda foi o cara que escreveu a emocionante nota na internet para todos os fãs da Sega, no dia 31 de Janeiro de 2001, que anunciava que a Sega estava interrompendo a produção do Dreamcast e que a partir dali, a empresa se tornaria uma desenvolvedora apenas de games, uma third party.

Aquele realmente não era o plano, voltando para 1998, quando a Sega lançou seu novo console dizendo que fez o seu melhor, aprendendo com os erros cometidos com o Saturn. “Quando nós desenvolvemos o hardware, olhamos para os erros que cometemos com o Saturn e retrabalhamos a nossa abordagem,” disse Takezaki em uma entrevista para a revista Famitsu publicada no início deste mês. “Desenvolver os jogos para o Saturn e seus dois CPUs era bastante complicado, mas o sistema de desenvolvimento no geral foi um tanto quanto criticado por ser bastante carente. Então a partir daí refizemos nossas bibliotecas de desenvolvimento para facilitar a criação em nosso novo sistema. Ainda hoje o Dreamcast recebe elogios por seu ambiente de desenvolvimento”.

Shenmue é considerado até hoje como uma das obras máximas da Sega.

O Dreamcast era mais que um “amigo do desenvolvedor”, ele também era um console focado no público casual, saindo completamente do foco que a Sega seguiu com o Mega Drive e o Saturn. “Nós fizemos o nosso melhor para tornar o Dreamcast acessível ao público em geral, não somente os hardcores,” disse Takezaki. “Desde a concepção e coloração da interface e do nome do console. Como resultado, conseguimos um design compacto, simples com um esquema de cores quentes, muito diferente do tipo de visão que tínhamos e dêmos ao mercado com nossos consoles mais antigos. Talvez, o Dreamcast tenha sido o console que fizemos a abordagem de Marketing mais completa até o momento que decidimos deixar este mercado”.

Então, porque o Dreamcast morreu tão prematuramente?

“Essencialmente, foi puramente uma questão de custos. Foi devido ao fato de termos sido forçados a entrar na guerra dos descontos, quando nós realmente começamos a perder dinheiro com a venda do console. A Sony, que lançou o PS2 em Março de 2000 no japão, fez parte do time que inventou o DVD e o tornou padrão de mídia física, e eles puderam desenvolver o console utilizando todos os chips que eles mesmos fabricavam. No entanto a Sega criou todo o console com peças de outras empresas, e isto se tornou uma grande desvantagem no custo de produção. Nós dificilmente conseguiríamos cortar custos na produção, e os games não estavam vendendo e alcançando os números que estávamos acostumados, e daí fomos obrigados a diminuir o valor de venda do sistema”. – Tadashi Takezaki, Sega.

Quake 3 Arena foi um dos grandes sucessos do console principalmente por ser um game multiplayer.

É complicado equilibrar os custos de hardware com o lucro, mas com tudo que a Sega apostou de uma só vez com o Dreamcast, a situação era ainda mais grave do que a habitual. “É uma coisa estranha que passou a nos acontecer, pois quanto mais consoles a gente vendia, mais prejuízo acumulávamos. Para que este modelo funcionasse, precisávamos equilibrar as contas vendendo muito bem nossos games, mas não era o que estava acontecendo,” explicou Takezaki. “As vendas de software estagnaram sem alcançar um bom resultado, e ao mesmo tempo estávamos ocupados tentando trazer a ideia de jogos on-line para os usuários do Dreamcast. Nossa ideia com o novo sistema sempre foi de trazer algo realmente novo para o consumidor, criando um ambiente onde todos eles poderiam se conectar uns com os outros ao redor do mundo. O modelo de negócio da Sega era construir uma base sólida de usuários pela internet, para em seguida, fornecer serviços e produtos através da internet. O Dreamcast foi nosso bilhete para tornar esse sonho realidade”.

Muitas pessoas na indústria pensam que a Sega iniciou muito cedo todos estes planos que ela tinha com o Dreamcast, e seu modelo de negócios baseado na internet, mas Takezaki não pensa assim. “Acho que foi a escolha certa focar numa estratégia centrada na internet naquela época,” disse ele. “No entanto decidimos ir até o fim, mesmo que nosso ponto de equilíbrio estivesse distante das nossas condições naquele momento. A ideia de acessar os games on-line e de graça naquela época era simplesmente fantástico. Mas de uma maneira estranha, a Sega não alcançou o sucesso com este modelo, por melhor que ele parecesse, e os lucros não apareceram”.

Broadband Adapter era um adaptador para rede e internet que possibilitava ao Dreamcast rodar jogos on-line.

Olhando para tudo que aconteceu, Takezaki vê o Dreamcast como um sistema incrível e revolucionário, mas que provavelmente estava destinado a realmente ser o último da Sega, mesmo que os lucros aparecessem, pois “os PCs começaram a evoluir e melhorar em um ritmo alucinante, mostrando-se muito eficientes para jogos, e isso fez as pessoas se perguntarem se um console exclusivamente criado para rodar games poderia ser uma boa, e isso também começou a tirar nossas chances de sobreviver mais tempo no mercado. Ainda assim conseguimos aproveitar muito do que criamos naquela época, resultando em coisas como Phantasy Star On-line, que muitas pessoas ainda jogam, e sempre que podemos lançamos uma nova versão. Hoje em dia ainda conseguimos colher alguns frutos das sementes plantadas com o Dreamcast. Realmente acabamos fazendo algumas coisas sem pensar, mas era parte do credo da Sega: se é divertido, então vamos até lá,” disse ele.

Me lembro até hoje de ver os games do Dreamcast e seu salto absurdo de qualidade comparado ao PSone e querer na hora um console. Mas no mesmo momento eu parei e pensei que não teria o que jogar nele, e resolvi esperar jogando meus games de Psone, que não me decepcionavam de forma alguma. E este cenário dos games mudou bastante no futuro e durante a vida do Dreamcast, e quando eu estava decidido a comprar um para mim, ele morreu. Imagino quem comprou o console na época, e não obteve o que realmente estava esperando, e ainda por cima viu seu novo console que antes era uma alegria, virar um pesadelo.

E o mesmo pode acontecer com o Wii U. #medo

Comente meu amigo, principalmente se você passou por esta fase do Dreamcast.

Comercial de TV do Dreamcast

Compilação dos melhores jogos do Dreamcast

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Ariel Souza

Já inventaram o PS4, o Xbox One, portáteis com jogos de console e até celular com capacidade de PC. E ainda tem gente me enviando solicitação de jogos no Facebook.

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