A Riot Games, após descontentamento da comunidade, anunciou o final da parceria com a NEOM
Principal campeonato de League of Legends da Europa, a LEC voltou atrás após fechar contrato de patrocínio com a NEOM, uma cidade planejada transnacional localizada na região fronteiriça da Arábia Saudita (ao noroeste do país), em um posto estratégico também para Egito, Jordânia e Israel. O anúncio aconteceu na noite da última quarta-feira (29) após receber duras críticas de casters e figuras do cenário que repudiam o projeto da Riot Games.
Diversos membros da equipe de transmissão foram às redes sociais para mostrar desapontamento com a parceria, tendo em vista que o projeto da cidade futurista é liderado pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. A reação foi praticamente instantânea, já que a posição política do país é declaradamente homofóbica, religiosamente intolerante e machista, possuindo histórico de perseguição a indivíduos LGBTQIA+ e também a xiitas, além de não permitirem a construção de igrejas ou sinagogas.
De imediato, membros da equipe de transmissão da LEC deixaram sua indignação transparecer nas redes sociais; Froskurinn, analista lésbica, foi uma das mais vocais:
“Isso é decepcionante por ser a LEC. É meu time, meu produto, meus gerentes, meu escritório. Minha família. Minha Casa. Isso não é alguém em uma sede distante que eu não conheço. Isso é devastador porque sei quem fez essas escolhas e me sinto silenciada”.
Outros membros da transmissão e de várias equipes se manifestaram contra a Riot Games, incluindo Trevor “Quickshot” Henry e Eefje “Sjokz” Depoortere, o narrador Daniel Drakos, a repórter Laure Valée, o produtor Renato “Shakarez” Perdigão e o ex-locutor e agora gerente da comunidade da MAD Lions James “Stress” O’Leary, que também é gay.
O que está por trás da NEOM?
O projeto bilionário, que tem a conclusão da primeira fase projetada para 2025, se baseia em um local próximo ao Mar Vermelho. O investimento inicial para o planejamento e construção da NEOM foi de US$ 500 bilhões, dinheiro que teve origem no Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita e de investidores internacionais. Apesar de ser conhecido por ter um regime que busca a modernidade para a Arábia Saudita, o regime do príncipe herdeiro também está marcado por graves problemas.
Vale destacar que os preparativos para as obras já levantam suspeitas, tendo em vista que o ativista Abdul Rahim al-Huwaiti foi encontrado morto após declarar publicamente apoio aos nativos de sua tribo, que tiveram seu território tomado pela NEOM. Em vídeos, Rahim relatava que a empresa deportava nativos e prendia os que recusavam o dinheiro da NEOM, opondo-se a deixarem suas casas.
Outra repercussão, no entanto, foi a morte do jornalista Jamal Khashoggi, crítico de seu governo e colunista do jornal norte-americano Washington Post, pela qual o príncipe assumiu a responsabilidade, embora tenha dito que não ordenou a execução do profissional.
NEOM e BLAST PREMIER
A NEOM também anunciou na terça-feira (28) uma parceria com a BLAST, empresa dinamarquesa de Counter-Strike: Global Offensive e Dota 2. Nesse anúncio, a BLAST disse que ajudará a transformar o NEOM em um centro de esports no Oriente Médio. Apesar de o tuíte do anúncio ter centenas de respostas negativas sobre o acordo, a empresa ainda não se pronunciou sobre o caso.
“O Esports está no centro dos emocionantes planos da NEOM para o esporte. Assim, estamos felizes em poder ajudá-los a moldar esse objetivo a longo prazo. Este é um contrato recorde para o BLAST e testemunha do nosso recente crescimento e posição no setor no momento”.
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Fonte: Eurogamer
