Com o anúncio de Call of Duty: Advanced Warfare, além das novidades naturais de uma nova versão, o que se viu foi uma onda de novas ideias quando comparamos o primeiro trailer lançado do jogo, com as últimas versões da franquia, como Black Ops 2 e COD Ghosts. A exo suit – uma espécie de roupa robótica apresentada no mesmo trailer- se assemelha à Robocop ou algo do gênero, e demonstra que Call of Duty se virou do avesso mudando completamente o foco do game, levando consigo referências à Crysis e o mais óbvio até aqui: Advanced Warfare, ao que tudo indica e só me faz pensar nisso, é uma reação ao sucesso de Titanfall.
E o mais engraçado dessa constatação é que os desenvolvedores de Titanfall foram quem, um dia, desenvolveram o maior sucesso que a série Call of Duty já viu, o capítulo Modern Warfare.
Enquanto Titanfall praticamente acabou de ser lançado, nós ficamos sabendo do jogo há algum tempo, então é provável que muitos desenvolvedores viram as novas ideias do time da Respawn e começaram a colocar em prática em seus jogos. Quando o primeiro Halo foi lançado para o Xbox, ele definiu o gênero de FPS por alguns anos, ganhando vários clones ou jogos com temática parecida, como a série Resistance e Killzone, ambos exclusivos para Playstation. Anos mais tarde, foi a vez do já citado Call of Duty 4: Modern Warfare, que chegou mudando tudo novamente, inclusive a própria série Halo que foi buscar nos jogos da Actvision inspirações para seus novos games. Agora, com Titanfall apresentando uma série de novidades, estaria o gênero de FPS em uma fase metamórfica novamente, ganhando um novo gás?
A série Call of Duty sempre esteve “presa ao chão“, com lutas e tiroteios no solo, enquanto que o pulo tinha seu papel comum, de ultrapassar algumas pequenas barreiras no caminho. Mas agora, magicamente, o trailer de Advanced Warfare apresentou uma quantidade enorme de habilidades envolvendo pulos, e na cara dura, introduziu a habilidade de correr na parede. Aí você me diz “isso já existia em Prince of Persia meu amigo”. Entretanto, no gênero de FPS, esses elementos de Parkourcomeçaram em Mirrors Edge – que nem é um FPS, mas essa é outra discussão – porém quem masterizou este tipo de jogabilidade dentro do gênero e utilizando armas como foco principal da ação foi Titanfall, sem dúvida. Ou seja, o novo Call of Duty traz consigo as duas principais características que fizeram Titanfall ser um produto diferente dos demais lançados até aqui.
Quais novidades Halo 5 está guardando para nós?
Apesar destes elementos citados, a maior contribuição que Titanfall trouxe para os FPS foi o uso dos Mechs, os robôs gigantes durante as batalhas, mudando completamente a jogabilidade do game numa fração de segundos. No passado já tivemos algumas variações do uso de robôs, mas nada comparado à Titanfall. A série Halo revolucionou o gênero com o uso de veículos, algo que tornou-se elemento obrigatório nos títulos que o sucederam, e tenho a sensação que Titanfall fez o mesmo com os Mechs.
Call of Duty utilizando destes elementos só demonstram o quanto Titanfall foi pelo caminho correto. Se a Respawn tivesse lançado apenas mais um concorrente, para bater de frente com Battlefield ou COD, é fato que não teria ganhado o destaque que ganhou e ainda ganha dos jogadores e da mídia especializada. Em pouco tempo, o game tornou-se referência até mesmo para o jogo que lhe serviu de inspiração. Talvez, se Call of Duty tivesse saído um pouco do lugar, não repetindo tanto a fórmula durante os últimos anos, Titanfall poderia ter problemas para se consolidar. Porém, da maneira como a história se escreveu, Titanfall ocupou um espaço que ninguém tinha coragem de ocupar, um espaço que apenas quem arrisca consegue chegar.
Quais são as suas ideias sobre o assunto? Em sua opinião Titanfall veio para se tornar algo bom para o gênero e para a indústria em geral ou começa a fazer o gênero de FPS ir por um caminho muito distinto do que os jogadores estão acostumados a amar? Pelo que vimos durante os anos, o gênero de jogos de tiro em primeira pessoa percorreu diversos caminhos e passou por muitas fases. Atualmente, o que estamos vendo é uma série de títulos e franquias que trazem temas futuristas, assim como um dia foram as guerras do passado e invasões alienígenas. Mechs, robôs, veículos diferentes e roupas especiais, com muitas habilidades podem tornar-se elementos básicos dentro deste tipo de jogo, e deixar os jogos de tiro que conhecíamos até aqui um passo atrás no mercado.
Esta é a forma que a indústria se comporta há algum tempo, especialmente nos dias de hoje, onde o hype em certos jogos começam a aparecer tão cedo, não acha?
Já inventaram o PS4, o Xbox One, portáteis com jogos de console e até celular com capacidade de PC. E ainda tem gente me enviando solicitação de jogos no Facebook.