Streets of Rage 4 é um projeto muito ambicioso e perigoso. Em um momento onde os game se direcionam para gráficos ainda mais bonitos em 3D, temos o retorno de uma das maiores franquias dos 16 bits, mantendo a sua forma original. Enquanto na época do Mega Drive e arcades o Beat ’em up chegou a dominar o mundo dos games com diversas variações e franquias, hoje em dia é um gênero quase esquecido. De tempo em tempo nasce um novo jogo com essa temática, mas nenhum consegue sucesso absoluto.
Mas não haveria melhor maneira de retomar aquele sucesso do que com uma das sagas mais adoradas pelos fãs. Assim, a Dotemu acertou em cheio em não somente continuar a história de Streets of Rage, como modernizar tudo que conhecemos dos Beat ’em up.
De cara, o que mais impressiona é o visual. Streets of Rage 4 deixa de lado os Pixels para trabalhar com um visual mais limpo. Praticamente controlamos uma animação, de tão impecável que é o visual dos personagens, inimigos e cenários. Além disso, durante nossa jornada, somos agraciados com uma quantidade enorme de referências aos clássicos jogos da década de 80 e 90.
Há uma ótima variação de cenários e inimigos, cada um deles com visual diferentes e condizentes com onde o jogo está se passando. Cada movimento possui detalhes incríveis, tanto nos 4 personagens que podemos escolher (ao menos inicialmente), quanto nas gangues que encontramos pelo caminho. E para deixar tudo ainda mais incrível, Streets of Rage 4 traz uma variação diferente dos personagens, onde podemos jogar com suas formas clássicas, que possuem todos os seus movimentos originais e especiais. Por falar em especiais, Streets of Rage 4 faz um ótimo uso deles, com sequência lindas de se ver.
Essa mescla do clássico com o novo em determinado momento é esquisito. Vale muito pela nostalgia. Contudo, como o gráfico geral do game é muito “liso”, ter os personagens em pixel pulando na tela parece um bug.
Não podemos deixar também de destacar a maravilhosa trilha sonora. Desde o menu inicial até as batalhas contra chefes, todas são excelentes.
Um grande destaque do novo Streets of Rage é seu sistema de combate. Enquanto a maioria dos Beat ’em up prezavam por combates mais simples, até por conta da limitação da época, é nesse departamento que Streets of Rage 4 tenta evoluir. Como a perspectiva de visão do game é a mesma de antes, a evolução foi encontrada nos combos e na maneira que podemos executá-los. Como a grande maioria dos games de luta, o novo Streets of Rage traz a mecânica de “petecar” o inimigo, o clássico “juggling”. Quanto mais você puder manter seu adversário no ar, mais porrada poderá dar nele.
Ao dominar essa técnica com personagens diferentes, pode ter certeza que você terá sucesso. É possível usar a parede a seu favor e atingir o oponente logo após jogá-lo para longe, uma vez que ele pode voltar para seus punhos. Mesclar tudo isso com golpes especiais é o grande segredo do game. Mas é preciso ter muito cuidado, pois a cada golpe especial que você usa, sua barra de vida diminui. Ou seja, não é possível ficar executando apenas golpes especiais. senão com um golpe você pode morrer.
A ideia então é mesclar os especiais com golpes comuns, uma vez que estes golpes mais simples recuperam sua energia vital, desde que você não tome nenhum golpe dos inimigos. Uma mecânica muito inteligente.
Se há algo que devemos enaltecer em Streets of Rage 4 é sua dificuldade. O jogo é realmente bem difícil e passar sozinho exige nervos de aço ou muita paciência para tentar novamente. Contudo, é possível chamar um amigo para te ajudar nessa tarefa, ou deixar sua sessão pública caso alguém queira te dar uma força.
Mas este é um game que merece ser jogado cooperativamente, pois a diversão está muito ligada com essa experiência. Assim, é possível jogar com alguém do seu lado localmente ou online. Você poderá ativar ou desativar o dano amigo, permitindo ou não que o seu parceiro de briga lhe atinja com seus golpes.
Jogando sozinho eu tive uma ótima experiência também, mas diante de tantos inimigos você acaba se vendo muito mais apanhando do que batendo. Ao jogar cooperativamente seu amigo poderá te ajudar em várias coisas, mas também terá que dividir os loot. Como os itens de recuperação de vida são escassos e a única maneira de se conseguir vida extra é através de pontos e dinheirinhos, se quem estiver jogando com você não pensar cooperativamente também, pode acabar atrapalhando mais do que ajudando.
Streets of Rage 4 traz alguns bons modos extras que podem estender a experiência. Ao concluir o jogo, podemos ver que há a opção de escolher as missões que queremos jogar. Contudo, só é possível escolher qualquer nível se terminar no difícil. Existe também um modo chamado Desafios do Chefes, onde como o próprio nome diz, enfrentamos apenas os chefões.
Já o modo batalha tem uma espécie de arena, onde alguns inimigos estão nela para te ajudar a recuperar uma energia aqui e ali, mas seu grande adversário será um humano. É quase que um jogo de luta, usando as mecânicas do game. Este modo é um velho conhecido dos jogadores de Streets of Rage e faz seu retorno agora.
Embora tenhamos nas mãos um jogo de incrível qualidade, ele não está livre de problemas. A história é MUITO rasa e não vai empolgar ninguém. A maneira como ela é contada é muito simples também. Enquanto o jogo é lindo de morrer, as cenas entre uma missão e outra são estáticas e sem muita vida. Ainda que sejam artes sensacionais, eu estava doido para ver os personagens em uma forma animada como a gente vê durante o jogo todo enquanto estamos controlando eles. Talvez até cenas usando os próprios cenários onde o jogo se passa seriam bem interessantes.
O modo online funciona bem demais, mas apresenta alguns lags que atrapalham a experiência. Além disso, experienciamos algumas quedas de conexão que nos fizeram perder alguns avanços no game, inclusive a parte final. Não chega a ser um problema alarmante, mas que precisa de atenção dos desenvolvedores para não quebrar uma das maiores virtudes de Streets of Rage 4 que é o cooperativo.
Assim, Streets of Rage 4 se prova uma experiência muito valiosa em meio a tantos jogos iguais. Fomos levados pelo túnel do tempo para reviver momentos incríveis de nossas infâncias, mas de uma forma totalmente nova e evoluída. Sinto que podemos ver grandes portas se abrindo para novos clássicos retornarem. Capcom, veja o que você pode fazer com Final Fight aí minha filha!
Nota 8.5
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