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WiiU: Realidade cruel e Futuro incerto

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Mais um capítulo da mini série “alguém não quer nem saber do WiiU” acabou de ser lançado nos principais veículos de comunicação gamer da internet: a Bethesda, de Fallout e Skyrin, declarou que até o momento, não tem planos de lançar absolutamente nada para o WiiU. Mais do mesmo, ela não é nem a primeira e nem será a última empresa a abdicar do direito de lançar jogos na plataforma da Nintendo sob a desculpa de que o hardware do aparelho é fraco.

Achar isso também é um direito deles.

Caros amigos, desde sempre eu me deparo com uma situação que sempre se repetiu no mundo dos videogames domésticos: nunca verdadeiramente importou se X console era mais poderoso que Y console, pois o que recebe mais títulos é sempre aquele que dá aos fabricantes de jogos o maior conforto possível em relação a vendas, público e marketing de seu produto. “Se nossa empresa vai aparecer e vender melhor em console X, então é lá que lançaremos o jogo”, é como pensam os desenvolvedores.

Não é um pensamento errado. É algo totalmente justificável pelo fato de que uma softhouse tem que sobreviver da venda de seus jogos, e errado é achar que isso não acontece ou não tem a chance de acontecer com determinada empresa, como é nitidamente o caso da Nintendo hoje.

Caros amigos, eu nunca vi um videogame com tamanha aversão por parte das thirdies como o WiiU, e isso me preocupa.

Nada de Skyrim ou qualquer outro Elder Scrolls no WiiU

Todo dia somos bombardeados com nomes e mais nomes de títulos que não vão aparecer no console da Nintendo por que “essa e aquela engine não rodam nele”, por que o hardware é fraco e “já estamos em outro nível”, ou simplesmente por que “tal jogo não serve para o console”.  É uma festa que nunca antes se repetiu nem nos piores consoles (em termos de venda) que a empresa já lançou, e o problema é que as próprias ações e decisões da gigante nipônica justificam a debandada, decisões estas tomadas desde a época em que a empresa decidiu abrir mão de uma potência gráfica no mínimo equivalente à dos concorrentes. Negócio arriscado, o Wii foi sucesso indubitável, teve vendas astronômicas, e morte precoce: agora o novo aparelho da Big N chegou prematuro para tomar o lugar de um ex sucesso de vendas que de repente se viu completamente abandonado pelas outras fabricantes, enquanto estas continuavam firmes e fortes lançando seus jogos para os concorrentes.

Prematuro e mau planejado, bom, pelo menos aos olhos de quem desenvolve games: o WiiU foi lançado muito antes dos outros, não se mostra até agora mais potente nem que os consoles que estão para saírem de linha, não atende aos requisitos técnicos adotados por muitas fabricantes, e o pior de tudo, não tem jogos: o console veio às lojas com uma biblioteca pífia, sem absolutamente nada que justificasse sua compra.

Erros no marketing, erros de planejamento, erros de desenvolvimento, erros, erros… O que acontece com a Nintendo? Será que o sucesso de seus portáteis é tanto que ela acha que tem respaldo infinito para errar com seus consoles de mesa?  Será que ela esperava realmente que todos concordariam em desenvolver jogos que usem uma tela tablet para interagir com a tv em um console de arquitetura gráfica absolutamente diferente e inferior a estas novas tecnologias ao qual eles já estão se adaptando? Será que ela esperava que todos fossem andar para trás só por que ela quer?

O WiiU causou muitas dúvidas em seu lançamento, este jogo é uma delas: sai?

O planejamento foi equivocado: enquanto o Wii jazia morto a muito tempo, o lançamento do WiiU já era uma tragédia de planejamento tamanha que a imprensa mundial achou que aquele tablet que a BigN apresentava na E3 nada mais era que um novo acessório para o Wii, fato que fez com que as ações dela caíssem como uma pedra num precipício, e demorou para que todos “entendessem” que não era bem o que parecia. Depois veio o lançamento do console com um monte de jogos fracos sem razão para existirem e alguns multi plataformas que se mostravam piores que nas versões concorrentes, e o que se seguiu nos meses seguintes foi amargurante: vendas pífias mais que esperadas de um videogame que nem deveria ter sido lançado devido as circunstâncias, resultando em uma base instalada vergonhosa que não deixa a menor dúvida de que as softhouses estão certas em não arriscar lançarem seus jogos nela sob alto risco de terem prejuízo, e a previsão para que isso melhore não existe pelo simples motivo de que o marketing do console foi desastroso, ou melhor, inexistente: ninguém sabe para que o WiiU serve, quais são as reais funcionalidades do tablet, se é ou não potente graficamente, e por isso ninguém sabe se vale a pena comprar, e quando eu digo ninguém, não me refiro nem aos desenvolvedores, nem ao geek de plantão que fica antenado às notícias que pintam por que estes são uma minúscula minoria perto daqueles que vão às lojas movidos a uma campanha decente de marketing: esse é o público que não sabe que raios é o WiiU, mas deveria.

No momento, o novo aparelho da Nintendo não tem nada: não tem apoio, não tem jogos, não tem marketing, não tem planejamento, não tem base instalada, e não passa confiança.

Muitas vezes eu tive que INFORMAR para amigos e conhecidos que o WiiU também tinha um controle convencional

Talvez a história poderia ser outra se o console tivesse sido poupado desta pressa impensada e fosse apresentado só nesta última E3, aparecendo com uma lista de títulos de lançamento absolutamente respeitável pois teria todos os jogos lançados até então para ele somados a uma quantidade excelente de outros títulos prometidos para breve, aqueles mesmos que deveriam já estar no mercado a muito tempo mas ainda estão em desenvolvimento… Acho que o fato dele ser menos potente não seria mais problemático do que todos os anúncios que a Microsoft fez para o seu Xone.

Mas não foi o que aconteceu, o resultado foi que a Nintendo acabou sem motivos para se quer ter uma conferência, e a maior notícia do ano referente ao console foi a revelação de que Mega Man estará no próximo Smash Bros.

Muita gente na Nintendo parece acreditar que ela é o centro do universo gamer, como se ela ditasse as regras para que os outros possam seguir, e isso podia até ser verdade no passado quando seus consoles dominavam completamente o mercado. Não, o Wii não dominou o mercado, o Wii foi uma segunda opção que todos puderam comprar independente de terem algum outro videogame e foi por isso que ele vendeu tanto e morreu cedo, e se a intenção da Nintendo era repetir essa ideia, ela está fazendo isso da maneira mais errada, mesquinha e prepotente possível. É como se o pessoal de olhos puxados pensasse “vamos lançar  de qualquer jeito com qualquer estrutura e qualquer jogo no lançamento que não importa, seremos bem aceitos por que somos a Nintendo.”

Querer ditar as regras do mercado ao invés de seguir as tendências existentes pode ser algo perigoso demais, pior ainda quando todos se mostram favoráveis a tais tendências.

Isso tudo na pior das hipóteses pode até culminar na morte mais prematura de um console da Nintendo desde o Virtual Boy, pois pela primeira vez na história dos games, fica a dúvida de se, somente com seus títulos próprios, a Big N será ou não capaz de manter vivo o seu aparelho novo, o que em caso de resultado negativo,  a obrigaria a rever todos os seus conceitos em se tratando de consoles de mesa.

Este acabou sendo o maior anúncio até agora para o WiiU: uma participação especial.

É óbvio e fatídico que os números gerais do WiiU aumentarão muito com o lançamento dos games já prometidos para o ano que vem, fora que outros novos jogos de franquias clássicas exclusivas da empresa deverão chegar e farão a alegria dos fãs, e quando eu digo isso, eu me incluo no meio destes que não veem a hora de jogar um The Legend of Zelda e um Star Fox com toda a beleza rica em detalhes que os gráficos HD podem proporcionar, mas e depois? Será isso suficiente? O console hoje está virtualmente abandonado pelas fabricantes de games tanto orientais quanto ocidentais, e se este quadro não mudar nem com a chegada dos blockbusters da própria Nintendo, a situação poderá se agravar a ponto de se tornar irreversível, pois as chances dela perder o apoio de poucas remanescentes como Sega e Monolith devido a baixas vendas de software serão grandes, o que a deixaria mais solitária ainda.

É um futuro incerto, especulativo porém plausível, e o pior de tudo: é o que a Nintendo vem plantando durante muitos anos e resultou em uma safra podre.

Penso, ainda assim, que eu não estarei fazendo de todas a maior burrada possível quando eu finalmente achar que está na hora de comprar um WiiU, e este momento chegará, pois eu quero sentir na pele as mudanças que o novo console trará em relação a tudo que a empresa já me mostrou anteriormente,  só que ao contrário da grande maioria de jogadores do mundo, eu sou um velho saudosista daqueles que compram consoles por causa de duas ou três franquias que eu adoro. Eu faço parte de uma minoria pífia, o resto do mundo é bem mais cruel.

O que mais me entristece é que com o planejamento certo, marketing  agressivo imediato, e uma bela dose de humildade, eu acredito que as coisas ainda possam dar certo para o WiiU, mas antes de tudo isso acontecer, o pensamento do pessoal lá dentro dos escritórios da Nintendo teria que mudar, e bastante. Muita gente teria que parar de olhar para o próprio umbigo e reconhecer que os tempos são outros, que as vontades são outras, que o mercado não está a favor, e que a paciência dos fãs está no limite. Eu mesmo sou um destes fãs, torço por dias melhores e mais frutíferos simplesmente por que me acostumei ao longo dos anos e das gerações que presenciei a tratar a Nintendo como um grande sinônimo de videogame, só que por enquanto, só vejo poucas sementes em um terreno vasto e mal aproveitado.

Tem muita coisa para se corrigir, e a verdade, é que nem é culpa do console.

Sou fã incondicional deste pessoal, mas confesso: estou torcendo para que eles “acordem”

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Sabat

Boss do Retroplayers.com.br porque o negócio é meu. Blogueiro, caster e jogador de videogame porque tenho tempo para isso. Crítico de jogos e filmes porque sou chato. E Analista de Informática porque algo tem que me dar dinheiro né!

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