Após anos de espera, Dragon Age: The Veilguard, o mais novo título da aclamada franquia de RPG da BioWare, finalmente chega ao mercado, cercado de polêmicas e expectativas, e com a promessa de expandir a saga. Lançado em 31 de outubro para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC, tivemos acesso antecipado ao jogo e mergulhamos fundo para trazer uma análise honesta e direta, fiel ao espírito da série.
Enredo: Ecos de uma Inquisição Passada


A trama de The Veilguard, situada após os eventos de Dragon Age: Inquisition, reintroduz personagens icônicos, como Solas, que embarca em um ritual perigoso para destruir o Véu. No processo, duas entidades divinas são liberadas, prontas para remodelar o mundo — e, certamente, não de forma positiva.
A premissa lança algumas pontes com jogos anteriores, criando conexões emocionantes para os fãs. Figuras como Morrigan e Varric aparecem em papéis relevantes, proporcionando um toque nostálgico. No entanto, o jogo também se esforça para ser acessível a novos jogadores, embora muitos aspectos de fundo sejam melhor apreciados por quem conhece a série.
Apesar da profundidade narrativa, o enredo oscila em ritmo e intensidade. Há momentos em que a trama flui bem e prende a atenção, mas também períodos de marasmo, com cenas repetitivas que afetam a dinâmica. O plot twist, embora tentado, não se concretiza de forma inovadora, oferecendo menos impacto do que o esperado. Como resultado, a narrativa se mostra aceitável e com bons momentos, mas carece da consistência necessária para prender o jogador do início ao fim.
Performance Gráfica e Animações


Visualmente, The Veilguard me deixou com sentimentos mistos. De um lado, o jogo apresenta uma estética bem trabalhada, com cenários satisfatórios e detalhados. No entanto, comparado a outros títulos de Dragon Age, o visual parece mais “limpo” e polido, carecendo daquele toque visceral que caracteriza a série. Joguei no PlayStation 5 e percebi algumas quedas de FPS e leves engasgos, mas, no geral, o jogo se comporta bem no modo performance.
Embora alguns aspectos gráficos pudessem ser melhores, há outros que realmente deveriam ter recebido mais atenção, principalmente as animações dos personagens, um ponto crítico aqui. As limitações são evidentes, e parece que o jogo poderia ter ido muito mais longe nesse quesito, considerando o histórico da BioWare.
A pressão para o lançamento e as questões no desenvolvimento refletem-se principalmente nas animações de combate, que, embora funcionais, carecem daquele toque especial que esperamos de um jogo da BioWare.
Jogabilidade: Sistema de Combate e Companheiros


O sistema de combate em The Veilguard, que mescla a estratégia de RPG com ação frenética, é um dos aspectos mais elogiados do jogo. Depois de um período de adaptação e com novas habilidades desbloqueadas, o combate revela-se envolvente e bem desenvolvido. Ainda assim, está longe de ser perfeito.
Com um sistema de travamento que permite pausas para comandos estratégicos, o combate oferece dinamismo, mas também falha em alguns detalhes. A câmera é particularmente problemática; o travamento do alvo é impreciso, mudando de inimigo automaticamente e tornando difícil focar em combates intensos.
Os companions, por outro lado, trazem uma camada extra de estratégia. Com habilidades diversificadas e possibilidades de combinação, eles enriquecem a experiência. Personalizar suas habilidades, armas e armaduras dá uma boa sensação de controle sobre o time, embora o jogo pudesse oferecer mais opções para criar táticas e comandos específicos. A inteligência artificial dos inimigos deixa a desejar em alguns momentos, e a falta de consistência nesse aspecto acaba afetando a diversidade das batalhas.
Inimigos e Boss Battles


Um dos pontos que mais compromete o combate em The Veilguard é a repetição dos inimigos. A variedade é escassa, e as animações se repetem a tal ponto que, em certos momentos, a sensação é de estar enfrentando o mesmo oponente disfarçado.
Mesmo inimigos de biomas diferentes, que visualmente poderiam ser únicos, compartilham padrões de movimento e ataque. Esse problema de repetição também se estende às batalhas contra chefes, que deveriam ser momentos épicos e intensos, mas acabam caindo na mesma armadilha. Embora algumas das melhores lutas do jogo estejam nas Boss Fights, muitas delas se tornam previsíveis e carecem de criatividade.
Exploração, Mapa e Side Quests


O design do mapa e as oportunidades de exploração geram uma experiência mista. O jogo apresenta um sistema de “backtracking”, onde o jogador pode retornar a locais previamente visitados, principalmente após desbloquear novas habilidades ou companions. Na prática, no entanto, essa exploração pode se tornar cansativa, com layouts repetitivos e cenários que parecem estar ali mais para preencher espaço do que para realmente proporcionar descobertas envolventes.
As Side Quests seguem o padrão da franquia, com algumas missões interessantes e outras que deixam a desejar. A diversidade é limitada, e, apesar de uma ou outra quest se destacar, a repetição de objetivos e cenários acaba desanimando. Sabendo do histórico da BioWare em criar missões com profundidade e personalidade, a superficialidade de muitas quests em The Veilguard torna-se ainda mais decepcionante.
Escolhas e Relações


A BioWare continua sua tradição de escolhas significativas e relacionamentos complexos em The Veilguard. As opções de diálogo e as decisões narrativas ainda influenciam fortemente a trama, afetando relações com companions e, em alguns casos, alterando o curso da história.
O jogo permite desenvolver romances e amizades, trazendo um toque mais pessoal às interações, o que é um diferencial para quem busca imersão. Vale destacar que algumas escolhas podem levar à perda temporária ou até permanente de personagens, elevando o nível de impacto na jornada. As “escolhas difíceis” e suas consequências adicionam uma camada de tensão interessante, fortalecendo a atmosfera da narrativa.
Conclusão: Potencial Desperdiçado?


Dragon Age: The Veilguard traz momentos de diversão e uma exploração instigante, mas falha em áreas que poderiam (e deveriam) ser mais bem desenvolvidas. O combate, embora interessante, sofre com problemas de câmera e repetição; o enredo, mesmo com momentos atraentes, oscila entre o envolvente e o previsível.
No geral, a BioWare buscou expandir o universo de Dragon Age, mas a experiência final parece superficial, com inimigos pouco variados, cenários sem inspiração, e gráficos aquém das expectativas para a geração atual.
Assim, para os fãs de longa data, The Veilguard pode ser uma experiência ambígua: há elementos positivos, mas o resultado final fica abaixo do esperado. Se a série continuar nesse rumo, será necessário um ajuste de direção nos próximos títulos para resgatar seu potencial. Minha nota para Dragon Age: The Veilguard é 7.
Nota: 7.0
Dragon Age: The Veilgaurd: Em Dragon Age: The Veilguard, a BioWare entrega momentos de diversão e uma exploração envolvente, mas o jogo falha em pontos essenciais. O combate, embora dinâmico, sofre com problemas de câmera e repetição, e o enredo oscila entre instigante e previsível. A tentativa resulta em uma experiência superficial. Para fãs, The Veilguard traz um misto de acertos e decepções, ficando abaixo das expectativas. – Alepitekus