David Gaider, ex-roteirista da BioWare, diz que EA “preferia” Mass Effect
A franquia Dragon Age, mesmo com seu sucesso e fãs dedicados, nunca foi prioridade dentro da Electronic Arts (EA), segundo revelou David Gaider, ex-roteirista da BioWare. Em uma série de postagens na rede BlueSky, Gaider compartilhou sua visão sobre como a publisher enxergava a série de fantasia em comparação com Mass Effect, outra grande marca da desenvolvedora.
Preferência clara por Mass Effect
While I was at BioWare, EA *always* preferred Mass Effect, straight up Their Marketing team liked it more. It was modern. It had action. They never quite knew what to do with DA, and whenever DA outperformed ME, ME got the excuses. If you ask me, it was always just shy of the axe since DA Origins.
— David Gaider (@davidgaider.bsky.social) 2025-04-14T07:11:01.939Z
De acordo com Gaider, a EA sempre demonstrou preferência por Mass Effect. Para a empresa, a temática de ficção científica e o foco em ação tornavam a franquia muito mais fácil de ser comercializada. Já Dragon Age, com sua ambientação sombria e mecânicas estratégicas, não recebia o mesmo entusiasmo dos times de marketing.
“Enquanto eu estava na BioWare, a EA sempre preferiu Mass Effect, sem rodeios. Era moderno. Tinha ação. Eles nunca souberam bem o que fazer com Dragon Age, e sempre que DA superava ME, surgiam desculpas.”
Marketing confuso e direção instável
Maybe in part? I'd say the biggest reason was that, while I was there, the BioWare teams were bad at overreaction. They'd take the feedback/criticism to heart – both our own and the fans' – and generally fixed that but also overcorrected.And then there was EA's influence on top of that, yes.
— David Gaider (@davidgaider.bsky.social) 2025-04-14T07:57:50.921Z
Um dos motivos apontados por fãs e pelo próprio Gaider para as diferenças marcantes entre os jogos da franquia é a falta de clareza da EA sobre como posicionar Dragon Age. Segundo o roteirista, isso acabou influenciando diretamente nas mudanças de tom e estrutura de cada título.
“Talvez em parte”, respondeu ele ao ser questionado sobre a influência do marketing. “Mas também havia um problema interno: as equipes da BioWare exageravam nas reações. Sempre levavam feedback a sério, mas corrigiam demais.”
De Origins ao The Veilguard
Dragon Age: Origins estreou em 2009 e logo conquistou seu espaço entre os RPGs de fantasia. A sequência, Dragon Age 2, chegou dois anos depois, mas recebeu críticas mistas. Após o encerramento da trilogia Mass Effect, a BioWare lançou Dragon Age: Inquisition em 2014, alcançando sucesso crítico e comercial.
O capítulo mais recente, Dragon Age: The Veilguard, chegou em outubro de 2024 para PS5, Xbox Series X|S e PC. Apesar da recepção positiva da crítica, o título teve desempenho abaixo do esperado em vendas. De acordo com o CEO da EA, Andrew Wilson, a ausência de elementos multijogador e de mundo compartilhado pode ter afastado parte do público.
Assim, mesmo com uma base fiel de fãs, Dragon Age ainda enfrenta incertezas sobre seu futuro. Resta saber se a BioWare conseguirá manter a essência da franquia diante da pressão por mudanças comerciais.
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Fonte: Gaming Bolt