A primeira vez que vi Clair Obscur: Expedition 33, já senti que esse jogo queria ser algo diferente. Desenvolvido pela Sandfall Interactive e publicado pela Kepler, esse é um RPG de turnos que carrega uma identidade visual e mecânicas bem próprias, mas sem esconder suas inspirações.
Depois de quatro horas jogando uma demo especial no PC, que nos foi enviada pela Kepler para testarmos o game, posso dizer que esse título está cada vez mais promissor. Ele pega elementos de Persona, jogos da Atlus, Final Fantasy e mistura tudo com um toque Souls-like no combate e exploração. Mas será que essa combinação realmente funciona? Vamos ao que interessa.
Visual e Direção de Arte – Um jogo que chama atenção
O primeiro ponto que me prendeu em Expedition 33 foi a sua direção de arte. O jogo tem um visual belíssimo, com personagens muito bem modelados e um estilo que remete a algo quase cinematográfico. A Sandfall realmente apostou em um jogo que quer impressionar pela estética, e mesmo essa demo já mostra como tudo foi pensado com muito cuidado.
No entanto, um detalhe me chamou a atenção: a resolução do jogo aparenta estar abaixo do esperado. Mesmo rodando no PC, a demo não oferece opções para ajustar a resolução, o que pode significar que ela está travada em 1080p ou 1440p. Isso não atrapalha a jogabilidade, mas para quem está acostumado com um visual mais refinado, é algo que pode ser ajustado até o lançamento.
Os personagens são extremamente carismáticos, e a atenção aos detalhes em suas expressões e trajes dá um charme a mais. Destaque para a personagem Lune, que lembra bastante uma versão moderna de Lara Croft, e para Gustave, que tem toda uma vibe de protagonista intenso, algo que combina muito bem com a proposta do jogo. A ambientação é outro show à parte. O jogo brinca com cenários místicos, como florestas escuras, campos floridos e até áreas submersas que criam um efeito visual lindíssimo.
Combate – Mistura de RPG por turnos com ação
Se tem algo que realmente me conquistou nesse jogo, foi o sistema de combate. Aqui temos um RPG por turnos, mas ele traz uma série de mecânicas dinâmicas que o diferenciam dos tradicionais. Cada personagem tem habilidades únicas e sistemas próprios que fazem com que cada luta seja envolvente.
Gustave, por exemplo, utiliza ataques físicos e tem uma mecânica de sobrecarga, onde ele pode aumentar a barra para liberar golpes mais poderosos. Já a Lune trabalha com elementos e pode infligir queimaduras, congelamento e outros efeitos em seus inimigos. Além disso, há uma mecânica de Parry, que lembra jogos Souls-like, pois é necessário entender o padrão de ataque dos inimigos. Se você acertar o momento exato do contra-ataque, pode causar um dano devastador e mudar o rumo da luta. Isso adiciona um nível de estratégia extra que me pegou de surpresa – não é só escolher um ataque e esperar o turno, é preciso pensar no momento certo de agir.
Outra coisa que chama atenção é a postura dos personagens. Um exemplo disso é a Maelle, que pode alternar entre diferentes posturas, aumentando seu ataque ou sua defesa dependendo da situação. Essa dinâmica faz com que o combate nunca fique monótono e te obriga a entender bem cada personagem e suas especialidades.
Mundo e Exploração – Mais linear do que parece
Ao contrário de alguns RPGs que apostam em um mundo totalmente aberto, Expedition 33 segue uma abordagem mais linear. Os cenários são bem planejados, mas você sempre sente que está sendo guiado por caminhos pré-definidos, com algumas bifurcações que escondem segredos e recompensas.
Isso não é algo ruim, mas vale destacar que não espere uma exploração tão livre quanto em outros RPGs modernos. No entanto, a estrutura linear é compensada pelos belos cenários e pelos desafios estratégicos espalhados pelo caminho. Há também um mapa-múndi, onde você pode se locomover entre as áreas principais do jogo, o que dá um ar de aventura clássica.
Progressão e Construção de Builds – Profundidade surpreendente
Uma das maiores surpresas dessa demo foi o sistema de progressão. O jogo oferece atributos personalizáveis em que você sobe de nível em 5 atributos, como um souls. Isso permite que você crie builds específicas para cada personagem. A árvore de habilidades permite desbloquear novos ataques e buffs, enquanto os Pictos – que funcionam como acessórios – adicionam vantagens únicas ao seu time. Os Pictos podem ser combinados com as Lúminas, o que possibilita a ativação de seus efeitos sem a necessidade de mantê-los equipados diretamente. Para isso, você vai gastar pontos de Lúmina e criar a build que você desejar. Expedition 33 causa um efeito incrível no jogador, criando possibilidades estratégicas imensas.
Esse sistema de personalização é algo que não esperava encontrar em um jogo desse estilo. Ele dá uma liberdade absurda para os jogadores escolherem como querem evoluir seus personagens e torna cada escolha significativa. É um prato cheio para quem gosta de experimentar diferentes estratégias.
Trilha Sonora e voice acting– Um show à parte
Se o jogo já me conquistou pelo visual e gameplay, a trilha sonora veio para fechar o pacote com chave de ouro. A música acompanha o tom do jogo de maneira brilhante, aumentando a tensão durante os combates e criando uma atmosfera misteriosa nas partes mais calmas.
Mas o grande destaque vai para o voice acting. A voz do protagonista Gustave é do ator Charlie Cox, o Demolidor da Marvel. Além de Ben Star, que dá voz ao misterioso Verso. Cox consegue transmitir perfeitamente a intensidade do protagonista, tornando os diálogos ainda mais envolventes e claramente ele carrega um trauma consigo.
Conclusão – O que esperar de Clair Obscure: Expedition 33?
Essa demo de quatro horas conseguiu me deixar ainda mais ansioso para o lançamento de Clair Obscur: Expedition 33. E agora tenho a certeza de que receberemos um produto diferente. O jogo tem potencial para ser um dos grandes RPGs de turnos dos últimos tempos, trazendo um sistema de combate refinado, personagens cativantes e uma história com um conceito intrigante.
Ainda preciso ver se a resolução receberá ajustes e se todos os cenários seguirão a mesma linearidade da demo, mas o que joguei me animou bastante. Se você curte RPGs clássicos, com um toque moderno e mecânicas profundas, fique de olho nesse jogo. Expedition 33 pode ser uma das maiores surpresas de 2025.
O lançamento do jogo está previsto para o dia 24 de abril de 2025 para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC, com disponibilidade garantida também no Xbox Game Pass no dia da estreia.
Por fim, comente abaixo suas expectativas para Clair Obscur: Expedition 33. Além disso, compartilhe com os amigos e não deixe de acompanhar nossas últimas notícias e análises de jogos.
