“Hellblade 2: Senua’s Saga” é a sequência de um jogo desenvolvido pela Ninja Theory que marcou 2017. Naquela ocasião, o primeiro game da saga apresentava a personagem Senua, que lutava contra inimigos externos e, principalmente, internos.
Senua é uma jovem com esquizofrenia, uma doença mental que afeta todos ao seu redor. No primeiro game, ela sofre por essa condição ser desconhecida pela maioria das pessoas, que a acusam de ser amaldiçoada, bruxa, entre outras coisas agressivas. Além disso, sua vila sofre uma invasão Viking. Senua parte em busca de vingança e, no meio do caminho, começa a entender um pouco mais sobre si mesma.
O segundo jogo, agora com a Microsoft como detentora dos direitos, tinha a oportunidade de potencializar ainda mais esse sentimento e talvez apresentar novos elementos. Mas será que conseguiram?
Hellblade 2 tem um visual deslumbrante
O jogo traz alguns cenários diferentes do primeiro. Há mais cores, mais luz e, principalmente, modelos gráficos incríveis.
Senua parte em busca de um grande objetivo: vingança. Ao longo de sua jornada, encontra outros personagens que a guiam pelo caminho, e Senua, de repente, se vê num papel de liderança. Assim, todos os personagens em destaque no jogo são extremamente bem polidos, super detalhados e com composições de cena de tirar o fôlego.
As roupas, acessórios, detalhes no rosto, olhos, pele e texturas são feitos com uma qualidade imensa. O mesmo vale para os cenários, que são simplesmente lindos. A iluminação é algo fora do comum. O jogo não peca em nada, tornando-se um dos mais lindos já feitos.
Outro ponto importante a se notar são as movimentações. O motion capture é um dos mais bem produzidos que já vi, com expressões faciais impressionantes e coreografias muito boas. Vale também destacar que joguei a versão de PC, e o jogo rodou a 60 fps, com ligeiras quedas.
História do jogo
A história do jogo segue a mesma linha do primeiro. Por ser uma sequência, todo aquele sentimento de ódio e raiva de Senua está de volta. Em “Hellblade 2: Senua’s Saga,” a personagem relata um pouco sobre a aventura do primeiro game e como chegou à situação problemática em que se encontra no início desta jornada.
A partir daí, novos rumos, novas escolhas e, principalmente, novos problemas são desbloqueados. Senua, desta vez, precisa enfrentar gigantes, além de continuar buscando seu maior objetivo de vida: a vingança. Sua jornada é cheia de aprendizados e escolhas difíceis, tendo como companheira de viagem a si mesma, ou como você desejar chamar, já que a garota continua a ter crises fortes de esquizofrenia, o que para ela continua sendo tanto uma maldição quanto uma bênção.
A experiência do jogo é definida pelo SOM
Acredito que os produtos audiovisuais desempenham um grande papel em impactar as pessoas de várias maneiras. O visual é sempre um ponto importante, mas, neste caso, o som é simplesmente um dos melhores aspectos do jogo.
A utilização da tecnologia de som binaural e a qualidade da integração com a condição de Senua fazem do jogo uma experiência fantástica. A trilha sonora também cumpre seu papel ao manter o jogador imerso tanto no jogo quanto nos pensamentos de Senua. Em “Hellblade 2: Senua’s Saga,” as sensações que criaram toda a atmosfera incrível do primeiro jogo estão ainda mais potencializadas na sequência.
Gameplay de Hellblade 2
Essa é a maior problemática do game. Por um lado, eu entendo completamente a experiência que a Ninja Theory quis proporcionar; por outro, é importante dizer que, como um jogo de videogame, algumas coisas poderiam ser melhores.
Primeiramente, algo interessante é que o jogo não tem HUD, ou seja, a interface é inexistente, o que contribui para a imersão no universo de Senua. A exploração é quase nula, com poucos momentos onde você pode sair do trilho e buscar um caminho alternativo, mas não vejo isso como um grande problema. A principal questão está em algumas escolhas de mecânicas e na repetitividade de ideias.
O combate poderia ser muito melhor. Poderia ter mais variedade, mais profundidade e, principalmente, uma maior diversidade de inimigos. As mecânicas das lutas contra chefes se repetem, e a Ninja Theory poderia ter sido um pouco mais criativa nas resoluções de casos cruciais para a narrativa.
A Experiência
Para mim, o elemento mais importante e o que me fez adorar esse jogo foi a experiência fantástica que ele proporcionou. Seja visual, sonora ou narrativa, o game me capturou do início ao fim. Acredito que o jogo não seja para todo mundo, pois ele tem um ritmo lento que, às vezes, pode causar a agonia de querer avançar mais rápido. No entanto, o que ele entrega ao jogador em termos de sensações diferenciadas de qualquer outro jogo, ele faz com maestria. Quem gostou de Hellblade 1 e de tudo o que envolve o projeto vai curtir muito “Hellblade 2: Senua’s Saga.”
No entanto, acredito que haverá uma grande divisão de opiniões, pois aqueles que não apreciaram a experiência do primeiro game provavelmente não encontrarão o que querem no segundo. Por isso, trago uma ideia que utilizava no passado e dou duas notas. Uma nota 10 para a experiência e uma nota 8 para “Hellblade 2” como um jogo de videogame.
Senua's Saga: Hellblade II: O elemento mais importante de "Hellblade 2: Senua’s Saga" foi a experiência fantástica que ele proporcionou, seja visual, sonora ou narrativa. O jogo capturou minha atenção do início ao fim, embora seu ritmo lento possa não agradar a todos. Quem gostou do primeiro Hellblade certamente vai apreciar a sequência. No entanto, acredito que haverá uma grande divisão de opiniões, pois aqueles que não apreciaram a experiência do primeiro game provavelmente não encontrarão o que querem no segundo. – Alepitekus
