Summer Game Fest está consolidada e indústria não deseja retorno da E3 | Opinião

Summer Game Fest

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A Summer Game Fest Showcase, apresentada e organizada pelo jornalista Geoff Keighley, mais uma vez dividiu opiniões após o evento principal.

Em cerimônia realizada no YouTube Theater, tivemos alguns pontos altos como o novo trailer de Monster Hunter: Wilds, a presença de lutadores do jogo Fatal Fury na segunda temporada de Street Fighter e o anúncio do lançamento de Valorant para consoles da atual geração.

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Mesmo assim, a cerimônia deixou sensações mistas e negativas na maior parte do público que assistiu ao evento. Em enquete realizada logo após o término da apresentação no perfil oficial de Geoff Keighley, a reação negativa estava clara. Dentre as opções A, B, C e D para qualificar o evento, mais de 35% votou em “D”.

Ou seja, mais um ano se encerra e o evento principal da Summer Game Fest não corresponde às expectativas criadas. Além disso, são diversos os pedidos pelo retorno da E3 por parte do público, jornalistas e alguns influenciadores. Porém, precisamos aceitar a realidade imposta pela industria neste momento.

Empresas de jogos Triple-A não desejam o retorno da E3

Cabe relembrar sempre que a indústria aproveitou a pandemia de Covid-19 para abrir mão da E3, ajudando no extermínio do evento. Diversas desenvolvedoras e publishers dos jogos Triple A chegaram à conclusão de que o formato Direct/Showcase/State possui diversas vantagens.

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As empresas não ficam mais pressionadas a mostrarem suas principais novidades durante o mês de junho e ganham liberdade para transmitirem informações no momento em que bem entenderem. Além disso, a possibilidade do contato online também elimina a pressão de apresentar o melhor trabalho possível para jornalistas especializados em eventos presenciais.

Por fim, o custo operacional de montar grandes estandes na E3 e em convenções como um todo certamente estava pesando no bolso. Ou seja, menos pressão e maior economia de custos para as empresas, que resolvem apostar na Summer Game Fest.

Pandemia da Covid-19 e a crise na indústria do entretenimento

O segundo fator que motivou a consolidação do Summer Game Fest como evento consiste em outro fenômeno pós-pandemia. Em diversos setores e áreas, tivemos o fechamento de várias empresas, e consequentemente, a absorção de empresas com menos recursos.

Antes da pandemia tivemos um dos maiores negócios da indústria do entretenimento, quando a Disney comprou a 21th Century Fox. Na indústria dos videogames, a Microsoft concluiu a aquisição de todos os estúdios da Activision Blizzard em um negócio sem precedentes.

Com o avanço da tecnologia (e sua utilização) desde o fim da pandemia, as empresas aproveitaram para executar diversas demissões. Considerando 2023 inteiro e o primeiro semestre de 2024, mais de 20 mil funcionários perderam seus empregos na indústria dos videogames.

No final de maio, a Disney encerrou processo de demissão em massa com mais de 7000 funcionários demitidos. Enquanto isso, a Warner Bros. Discovery demitiu mais de 2 mil pessoas nos últimos meses.

Consolidação da Summer Game Fest

Após citarmos os efeitos das fusões e falências de empresas, voltamos à focar na E3. A Entertainment Software Association (ESA) anunciou oficialmente o fim da E3 em dezembro de 2023, após diversas tentativas de manter o evento ativo, sendo a última delas transferir a marca “E3” para a RedPop, organizadora da PAX.

Durante o processo da morte da E3, Geoff Keighley estava pensando em um futuro à longo prazo quando anunciou a Summer Game Fest. Citando o fato de não termos nenhum evento presencial em 2020, o jornalista entrou em contato com diversos desenvolvedores e publishers para criar a SGF.

Mesmo com o retorno oficial da E3 em 2021, Keighley aproveitou o sucesso da transmissão online para consolidar a Summer Game Fest. Jogos como Elden Ring, Call of Duty: Warzone, Overwatch 2, Valorant, Among Us, Fall Guys e Death Stranding Director’s Cut surgiram no evento.

A vitória de Geoff Keighley oficialmente ocorreu em 2023, quando o apresentador conseguiu realizar a Summer Game Fest presencialmente no YouTube Theater. Neste momento, a indústria estava passando o seu recado e mostrando que o formato da SGF estava completamente estabelecido.

Summer Game Fest promove acima de tudo os lucros de Keighley

Por fim, muitos apontaram em suas análises que a Summer Game Fest 2024 teria errado ao escolher Phantom 0 Star para encerrar o evento. No entanto, muitos não compreenderam que Geoff Keighley realiza a showcase pensando acima de tudo no lucro que conseguirá reter com o mesmo.

Um relatório obtido pela Kotaku mostrou que as empresas pagam entre US$250 mil (1min) até US$550 mil (2min30seg) para exibir trailers na SGF.

Ou seja, com exceções de “posicionamentos editoriais” (Microsoft, Sony, Nintendo e indies), as empresas pelo menos R$1,3 milhão com objetivo de encaixar seus produtos no evento de Geoff Keighley. Este valor também não considera as inserções comerciais diversas durante a Showcase, interrompendo a exibição de jogos para promover produtos e conteúdos de outras indústrias.

Ou seja, considerando a seleção de conteúdos, o maior cuidado da indústria em não ceder às pressões externas e principalmente pelo alto custo no desenvolvimento de jogos atualmente, dificilmente teremos a repetição de momentos épicos da E3 durante a Summer Game Fest.

Enfim, a E3 retornará ou morreu para sempre?

Geoff Keighley assumiu o domínio da realização de eventos na indústria dos videogames ao controlar os três principais do ano. Summer Game Fest, Gamescom e The Game Awards estão sob produção, organização, direção e apresentação de Keighley.

Em algum momento oportuno a E3 retornará por conta da alta demanda do público consumidor e da imprensa especializada. Certamente teremos uma empresa organizadora de eventos que tentará convencer (com muito dinheiro) as principais empresas do mercado em retornarem para o Los Angeles Convention Center.

No entanto, caso não tenhamos nenhuma surpresa, este possível retorno ocorrerá apenas em uma nova geração. Desenvolver jogos Triple-A para PS5 e Xbox Series X/S exige um trabalho maior do que nas gerações anteriores, provocando maior distanciamento entre os lançamentos. Enquanto isso, seguiremos apreciando as “World Premieres”.

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